A atribuição das classes aos professores aconteceu de forma diferente na minha escola neste ano, porque foi a primeira vez que essa organização começou no ano anterior. Por instrução da Secretaria de Educação de Itapetininga, todas as instituições da rede começaram a pensar no assunto logo após o último conselho de classe. Por isso, assim que peguei os relatórios finais sobre os alunos, comecei a refletir sobre quais seriam as melhores formações para o ano letivo seguinte.
Alunos retidos
A minha primeira preocupação foi com os alunos retidos. Após o conselho, anotei algumas referências sobre a relação professor/aluno. Nesses momentos, sempre procuro priorizar a afinidade de ambos. Caso não tenha havido afinidade, procuro matricular a criança com outro docente. A meu ver, essa é uma forma de viabilizar uma didática que venha atender as necessidades e dificuldades do aluno. Afinal, os professores são diferentes no seu trabalho em sala de aula.
Essa tarefa, no entanto, pode não ser tão simples por causa dos horários dos professores. Por isso, quando necessário, negocio com os pais sobre a troca de período escolar para melhor desempenho na aprendizagem do aluno, tentando respeitar seu relógio biológico na medida do possível (nem sempre há vagas no período em que a criança está acostumada a estudar), ou trocando-o de turma para que conheça novas crianças e se sinta acolhida pelo grupo.
Alunos com dificuldade de relacionamento
O próximo passo é direcionar alguns alunos que demonstraram dificuldades de relacionamento com seu grupo e pouca participação nas atividades de sala no ano anterior. Para isso, promovemos uma troca de sala e professor para que a interação seja incentivada. Procuro sempre diversificar os grupos, com o propósito de que os vínculos sejam reestruturados ou renovados. Isso significa que evito concentrar em uma sala alunos com problemas de socialização, aprendizagem ou mesma faixa etária.
Alunos dos 1ºs e 2ºs anos
Para os alunos matriculados nos dois anos iniciais do Fundamental 1, acredito ser interessante mantê-los com o grupo de origem, porque isso ajuda na adaptação – o vínculo constituído é o articulador de sua permanência e segurança na escola. Nos primeiros dias de aula, é comum vermos crianças chorando e se recusando a permanecer, enquanto outras contam com os amigos para ganhar espaço e construir um relacionamento coletivo. Acreditem, é muito sofrível para eles quando não se tem alguém conhecido por perto.
À medida que o tempo passa e eles ficam mais velhos, procuro misturar mais as salas, colocando-os em um ambiente em que tudo seja novo: carteira, lousa, armário, professor e colegas. Bem sabemos que tudo que é novo gera desafio, não é mesmo?
Organizando as salas
Antes do início das aulas, colocamos uma placa de identificação na porta de cada sala de aula com o nome do professor, a série/ano e período correspondentes. Acredito que isso cria uma identidade coletiva e um sentimento de pertencimento.
Neste mês, vimos que o resultado dessa antecipação da atribuição das salas foi significativo, pois o docente pôde preparar com antecedência um acolhimento da série/ano que ministraria, tendo mais propriedade e afinidade para lidar com a turma.
Gostaria de enfatizar que sempre procuro direcionar os professores com perfis e habilidades apropriadas para a série/ano. Isso significa que indico os professores alfabetizadores para as classes de 1º, 2º e 3º anos, enquanto os professores mais falantes e com dinâmicas diferenciadas e melhor tato com pré-adolescentes são direcionados para os 4º e 5º anos.
E vocês, diretor e diretora, como organizam as suas séries/anos? Quais são as ações promovidas para que seus os alunos se sintam acolhidos?
Um grande abraço, Sonia Abreu