Para evitar desinteresse, prepare a pauta da reunião e envie aos professores com antecedência. (Foto: Gabriela Portilho)
Basta eu encontrar um colega gestor, seja em uma reunião, seja na fila do supermercado, para começarmos a discutir Educação. E aqui em Itapetininga (SP) um assunto quente é como preparar as reuniões do Horário de Atividade Coletiva (HAC) – como chamamos nossa reunião de trabalho pedagógico. Ninguém quer experimentar a terrível sensação de fracasso que é aparecer de mãos abanando em um encontro repleto de docentes, não é mesmo?
Se os professores identificam falta de preparo ou descompromisso do gestor, o encontro acaba à mercê do descaso, a participação do corpo docente torna-se mínima, começam conversas paralelas e o grupo se dispersa. Para evitar isso, é fundamental preparar a pauta da reunião e enviar para os educadores com antecedência.
Então, planeje os assuntos a serem abordados e disponibilize um momento para buscar e definir as propostas conjuntamente. Aproveite e informe quanto tempo será utilizado para leitura de resoluções, memorandos e informes administrativos. Também reserve um tempo para realizar estudos, atividades práticas e troca de experiências – importantes para atender às necessidades da sala de aula, do processo de ensino e aprendizagem.
Converse com os professores sobre o dia da semana e horário em que o HAC acontecerá. E solicite aos docentes que evitem descontar faltas abonadas no dia da reunião. Dessa maneira, eles podem abrir espaço na agenda para esse compromisso semanal. Como bem explicita a sigla, o HAC é um horário reservado para praticar ações e tomar decisões de maneira coletiva. Sem a participação de todos, a reunião não é produtiva.
Aqui na EMEF Profª Hilda Weiss Trench, o HAC acontece às segundas-feiras, das 18h às 21h. Na primeira hora, aponto todos os informes administrativos da escola e da Secretaria da Educação. Nas duas horas seguintes, definimos ações para melhorar a escola. Nesse momento, discutimos textos, fazemos estudos, apontamos resultados significativos obtidos e mostramos o que ainda precisa melhorar.
Como podem ver, me preocupo e muito com essa reunião. Já me peguei despreparada, com uma pauta improvisada, e senti a decepção do corpo docente. Dei-me conta das horas que desperdicei, do tempo do professor jogado ao capricho de um diretor que pensou saber o que estava fazendo. Quebrei a cara. Os professores não disseram nada, mas seus olhares me condenaram…
E já que o assunto é reunião, queria dividir com vocês que ganhamos mais uma aqui em Itapetininga. No ano passado, a Rede Municipal agrupou as escolas em setores, cada um com uma escola polo. É nessa escola que os gestores se reúnem uma vez por mês durante a HAC Polo de Setorização. A Supervisora de Ensino e a Assessora Técnica Pedagógica responsável pelo setor discutem o desempenho das escolas e a formação dos professores e diretores, focando nas especificidades e nas peculiaridades sociais e culturais de cada setor.
Até agora, foram somente três encontros. O primeiro deste ano aconteceu no dia 18 de março. Eu pude levar ao encontro nossos resultados e desempenhos e também me preparei com antecedência para discutir as avaliações diagnósticas, a oferta da qualidade e do direito de todos os alunos ao ensino nas unidades escolares. Isso porque a pauta foi apresentada, antecipadamente, na última reunião de diretores. Organizar as reuniões nos permitirá chegar aos resultados a tempo de apresentá-los na próxima reunião de pais.
E você, diretor ou diretora, como prepara a sua reunião pedagógica com os professores? Utiliza-se de pauta? Já quebrou a cara como eu?
Um grande abraço,
Sonia Abreu