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O que fazer com os resultados da Prova Brasil

POR:
Joelma Souza

Crédito: Shutterstock

Olá, diretor,

Você deve ter visto a notícia de que o resultado preliminar da Prova Brasil já está disponível exclusivamente para as escolas participantes. A última edição avaliou 4,5 milhões de estudantes, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, com foco em leitura e resolução de problemas. Neste link você encontrará   informações relevantes que poderão ser utilizadas em reuniões com a sua Equipe Escolar.

Mas por que essa avaliação é tão importante? Ela é censitária, aplicada a cada dois anos em todas as turmas de 5º e 9º anos no Ensino Fundamental das escolas públicas, com o propósito de avaliar a qualidade de nossa Educação Brasileira.

O resultado da Prova Brasil mostra, de alguma maneira, como cada escola assegura a seus alunos o direito de aprender, ou seja, os conteúdos avaliados são indicadores do processo de ensino promovido pela escola. Dessa maneira, ele ajuda a refletir sobre algumas questões que estão pautadas na organização da escola, na formação dos professores e no acompanhamento do ensino e da aprendizagem. Essas reflexões favorecem uma leitura da escola e da comunidade em que ela está inserida, e mostra o que impacta no acesso, na permanência e no sucesso dos alunos.

Muito importante: não se preocupe em comparar o resultado de sua escola com outras. Assim como cada aluno tem suas individualidades na aprendizagem, cada instituição escolar também tem variáveis específicas, de acordo com sua realidade. Porém, não se deve utilizar essas diferenças como argumento para o discurso da impossibilidade de melhorias. É interessante, por exemplo, comparar o resultado da edição atual com a prova anterior, de 2013. Assim, é possível averiguar o trabalho que a escola desenvolveu nesses dois anos, considerando tanto os alunos que alcançaram bons resultados quanto aqueles que tiveram baixo desempenho e exigiam medidas de apoio.

O próximo passo seria identificar, junto com a sua equipe, as prioridades de trabalho já para o segundo semestre, e elaborar um plano de ação que tenha como meta rever o PPP para 2017. Antes que você, o coordenador pedagógico e os professores baixem esse material e comecem a adequar os currículos das etapas de ensino a essas matrizes, vale lembrar que elas servem como uma referência de expectativas de aprendizagem, mas o currículo escolar não deve se pautar somente por elas ou por qualquer outra avaliação externa. Afinal, há mais saberes sobre o mundo do que cabem em uma folha de prova, certo? O exercício, neste caso, é o de analisar as aprendizagens que são consideradas importantes para o Brasil, e não os conteúdos desta ou daquela disciplina.

Talvez valha a pena conversar com professores sobre alguma competência que não tenha apresentado evolução na sua escola ao longo das edições, para pensar em estratégias conjuntas para reverter esse quadro. Por exemplo, se a escola está com dificuldades para fazer seus alunos desenvolverem capacidades de leitura, antes de responsabilizar os professores de Língua Portuguesa e oferecer aulas de reforço, que tal transformar isso em uma missão de toda a equipe, e sugerir aos professores das outras disciplinas que disponibilizem textos para leitura conjunta nas aulas de Geografia, História, Matemática e outras áreas?

A partir daqui, com as prioridades de aprendizagem definidas, há muito trabalho a ser feito: planejar ações que contemplem os alunos em distorção idade/série; definir como adicionar os pais e responsáveis a esse processo; reunir-se com o coordenador pedagógico para debater a formação dos professores em contexto de trabalho; e uma série de outras providências, sempre com o objetivo de tirar os resultados da Prova Brasil do papel e transformá-los em ações que visam melhorias no processo de ensino e aprendizagem.

Boa análise, e se quiser compartilhar sua experiência conosco, os comentários estão sempre abertos.

Um abraço,

Maura