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Leia dicas e respostas da especialista em Psicologia da Educação, Catarina Iavelberg, sobre a vida escolar dos alunos e sobre a relação entre a instituição e a família

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Catarina Iavelberg
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A hora de transferir o aluno

Embora extrema, a medida deve ser considerada quando a relação com a escola se torna insustentável

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Catarina Iavelberg
Catarina Iavelberg. Foto: Marina Piedade Nosso Aluno

Catarina Iavelberg é especialista em Psicologia da Educação e escreve sobre orientação educacional.

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A escola conversa com o aluno uma, duas, várias vezes. Envolve a equipe docente e os pais na tentativa de solucionar o problema. Consulta especialistas. Todos os recursos, enfim, são esgotados. É o momento de cogitar a transferência. Essa decisão, vamos admitir, é delicada. Afinal, somos responsáveis pelo desenvolvimento do estudante e nos sentimos culpados e fracassados quando o clima para aprender está fora do desejável. Entretanto, não devemos ter medo de propor essa alternativa. Trata-se, às vezes, do melhor encaminhamento possível em situações como as seguintes:

Os pais demonstram ter perdido a confiança nos professores ou na equipe gestora Sem o apoio dos responsáveis, o trabalho educativo fica insustentável. A insegurança e o desconforto dos familiares acabam influenciando o aluno, que passa também a desacreditar na instituição e a ter uma impressão negativa dela.

As relações interpessoais estão muito comprometidas Isso pode ocorrer por diversas razões, como bullying recorrente e episódios graves de agressão e de invasão de privacidade. Independentemente dos motivos, é muito difícil estudar em um ambiente no qual os colegas são hostis ou indiferentes. Nesses casos, vale frisar que os educadores devem tomar todas as medidas possíveis para ajudar na integração ao grupo antes de indicar a transferência.

A cultura familiar destoa dos valores da escola Quando os pais, por convicções morais, religiosas ou culturais, recusam-se a colaborar com as solicitações da instituição e proíbem o filho de participar de atividades didáticas, a aprendizagem é afetada negativamente. Imagine, por exemplo, uma mãe que nega a autorização para uma visita a um museu e não quer conversar sobre o assunto com a equipe gestora. Além de perder um momento letivo, a criança ainda pode se desentender com a família ao insistir em acompanhar o grupo.

Há uma ruptura por meio de sucessivas transgressões Entrar em conflito com a figura da autoridade faz parte do crescimento e contribui com o desenvolvimento moral do indivíduo. Entretanto, existem limites previamente acordados. A partir do momento em que o comportamento inconsequente ou violento do aluno coloca em risco a própria integridade física e moral dele ou a dos colegas e dos docentes, é necessário avaliar se é seguro mantê-lo na instituição.

A decisão pela mudança não deve ser compulsória. Ela cabe ao estudante e à família. Caso a indicação pela saída seja mesmo inevitável, o diálogo deve ser conduzido por quem tenha uma boa relação com eles, para que fique claro que a mudança de ambiente trará benefícios. A equipe gestora precisa mostrar que não se trata de rejeição, mas de uma aposta no desenvolvimento do potencial do aluno.