Hoje, vou contar como orientei, no primeiro semestre, a organização de grupos de apoio nos 2º anos para proporcionar o avanço de todos. Após o acompanhamento dos portfólios das turmas, que aconteceu em abril, foi possível detectar que havia um número acentuado de crianças que ainda não haviam compreendido o sistema de escrita alfabética. Muitas delas eram alfabéticas, mas ainda não produziam textos escritos e outras já produziam reescritas.
Reuni as professoras regentes e as auxiliares das três turmas e propus o trabalho com “grupos de apoio”. Esse trabalho consiste em reagrupar os alunos e oferecer atividades e intervenções específicas, para que avancem no processo de aprendizagem. Trata-se de um “apoio a mais” para que todos tenham a oportunidade de atingir as expectativas de aprendizagem do respectivo ano/série.
Uma ação como essa não pode ser feita de qualquer jeito, requer planejamento, execução, acompanhamento, registros e avaliação. Neste post, contarei a vocês como ocorreram as fases de planejamento e execução do projeto.
O Planejamento
Reuni-me com as professoras para planejarmos e definirmos os passos da ação.
1º- As professoras reagruparam os alunos das três turmas, de modo que se constituíram quatro grupos. Cada grupo receberia atividades específicas para que evoluíssem a partir do que já sabiam.
Grupo 1- Seriam trabalhadas, com esse grupo, atividades e intervenções específicas para que evoluíssem na hipótese de escrita, ou seja, atividades para que refletissem sobre o sistema de escrita alfabética. Esse grupo foi constituído por crianças não alfabéticas.
Grupo 2 – As atividades desenvolvidas seriam de leitura e escrita de textos de memória (parlendas, cantigas), para que atingissem autonomia na leitura e na escrita.
Grupo 3 – Trabalho com a produção de texto escrito por meio de reescrita, visando os acontecimentos e os aspectos discursivos.
Grupo 4- Nesse grupo, seria trabalhada a passagem da letra de forma para a letra cursiva. Esse grupo foi constituído por crianças que já produziam textos escritos, mas ainda não escreviam com letra cursiva.
2º- Dividi as professoras para as respectivas turmas .
3º- Organizamos o cronograma: os grupos de apoio seriam feitos no mês de maio, duas vezes por semana, pelo tempo de duas aulas e no mês de junho, três vezes por semana, durante duas aulas.
4º- Planejamos as salas em que cada grupo ficaria. O fato de termos uma sala ociosa no período facilitou a organização de quatro grupos de apoio.
5º- Combinamos de montar um portfólio com as atividades desenvolvidas e os registros das professoras para que ficasse registrada a ação, do planejamento aos resultados atingidos. E também, para que servisse de modelo de ação para outros anos/séries.
6º- Na reunião de pais que aconteceu no mês maio, esclarecemos essa ação aos responsáveis, bem como o seu objetivo.
7º- Coletivamente, as professoras planejaram as atividades, as intervenções e os materiais necessários para os respectivos grupos e suas necessidades de aprendizagem.
A Execução
Durante a execução, acompanhei o trabalho das professoras, indo até as salas, disponibilizei os materiais necessários e também ATPCs para que planejassem atividades e pudéssemos redirecionar os trabalhos.
Essa ação contou com três professoras regentes de 2º Anos e duas professoras auxiliares. Durante a execução, pude perceber a união e o envolvimento de todas. Sabiam o que estavam fazendo e onde queriam chegar. Fiquei orgulhosa da minha equipe!
Todos os professores dos anos iniciais sabiam do trabalho que seria desenvolvido. Aliás, uma de minhas preocupações é fazer com que todos os professores saibam do que acontece no segmento – anos iniciais. Sempre digo que os alunos são de todos nós, independente do ano e do professor da turma.
No próximo post, vou contar sobre a avaliação que fizemos dessa ação e como registramos todos os trabalhos.
E vocês coordenadores, já organizaram grupos de apoio nas escolas de vocês?
Beijos, Maria Inês