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O que é preciso assegurar na formação em serviço?

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Nas reuniões de formação em serviço, estudamos, tematizamos e refletimos sobre algum conteúdo que vai impactar nas aprendizagens dos pequenos

Nas reuniões de formação em serviço, estudamos, tematizamos e refletimos sobre algum conteúdo que vai impactar nas aprendizagens dos pequenos

Quando pensamos em formação, logo nos vem à mente um coletivo de professores reunidos para estudar, tematizar ou refletir sobre algum conteúdo que vai impactar nas aprendizagens dos pequenos, não é mesmo? De fato, esse modelo de formação em grupo precisa acontecer em pelo menos 80% dos encontros, enquanto os outros 20% ficam por conta dos momentos para planejar eventos, avaliar a logística do uso dos espaços, elaborar os relatórios de avaliação das crianças, entre outras atividades.

Esses momentos de estudo, reflexão e tematização das práticas são essenciais na rotina da escola e devem ocorrer sistematicamente no interior de cada instituição, onde o coletivo de professores sempre tem muito conhecimento construído, seja ele teórico ou de prática de sala de aula. A organização desse trabalho cabe ao coordenador pedagógico, que se responsabiliza para que esses saberes circulem e sejam valorizados. Esse intercâmbio certamente vai potencializar o fazer pedagógico de cada professor.

Ao contrário da formação externa, da qual falei na semana passada (leia aqui), a formação em serviço tem como fonte dos conteúdos que serão abordados a prática da própria escola na qual você trabalha (leia aqui meu texto sobre tematização da prática). Nesse caso, cabe ao coordenador da instituição acompanhar cotidianamente os encaminhamentos pedagógicos para poder elaborar um diagnóstico de que rumo deve tomar os encontros de formação. Esse acompanhamento é feito através da análise dos planejamentos e de como eles estão sendo desenvolvidos nas salas de aula. Também é importante ter um mapa das aprendizagens dos pequenos nos diferentes eixos (veja aqui um texto sobre o acompanhamento das aprendizagens dos alunos), observar como os professores estão conduzindo as situações didáticas, entre outras ações.

No entanto, essa formação coletiva não é a totalidade da formação em serviço, mas apenas uma parte dela. Também faz parte do trabalho acompanhar os professores de cada nível separadamente e atender os docentes individualmente. Abaixo, conto para vocês como fazer isso.

A reunião por nível

Esse exercício ocorre quando reunimos os professores que atuam no mesmo nível para discutirmos como estão os encaminhamentos didáticos dos planejamentos. Antes desse encontro, o coordenador já observou e elencou um ou dois aspectos que serão alvo da reflexão. Eles podem ser um conteúdo de aprendizagem específico, como, por exemplo, a participação ativa das crianças na roda de conversa e no reconto no grupo de 4 anos, ou as atividades de leitura pela criança na turma de 5 anos.

É importante que o coordenador divulgue a pauta antecipadamente para cada professor. Sabendo com antecedência o que será discutido, os professores também podem se organizar e separar seus registros, as produções das crianças e pensar nas questões para serem refletidas. Dessa forma, evita-se que a reunião caia na conversa pela conversa e não chegue a nenhum encaminhamento que realmente fará a diferença na prática da sala de aula.

Ao final da discussão, é preciso sistematizar com os participantes quais foram os pontos debatidos e que ampliaram nossos conhecimentos. Essa finalização é uma construção coletiva e dialética dos professores sob a orientação do coordenador, que consegue assegurar a autoria e o compromisso de todos.

A reunião por nível é muito produtiva, uma vez que tem um foco específico e todos os participantes estão diretamente inseridos.

Atendimento individual

Todo professor precisa compartilhar suas reflexões, preocupações e anseios que emergem do cotidiano da sala de aula de que é responsável. Cabe ao coordenador pedagógico viabilizar horários de atendimento para ouvi-lo e ajudá-lo a encontrar os melhores encaminhamentos.

Cada sala de aula tem suas particularidades, seu percurso e (ainda bem!) crianças com diferentes saberes e, portanto, com diferentes necessidades de aprendizagem. Com a ajuda e o olhar “estrangeiro do coordenador”, no sentido de não estar dentro do contexto diário de aula e convivência com os pequenos, é possível enxergar peculiaridades que podem ajudar o professor.

Para que todos esses formatos de formação ocorram, é preciso que o coordenador pedagógico seja muito próximo dos docentes de sua escola. Ele deve atuar como organizador e aglutinador do grupo, estar sempre estudando e acompanhando os fazeres em sala de aula – tudo isso com o intuito de colaborar e nunca de fiscalizar. É preciso ser o parceiro mais experiente, para que os professores vejam em nós alguém que pode ajudar e que ele sabe que vai se esforçar para entender e se colocar no lugar do professor. Só assim haverá a cumplicidade necessária para que juntos construam um coletivo na escola.

E na sua escola, qual é o formato das formações em serviço? Conte para nós, assim, poderemos potencializar nossos fazeres enquanto coordenadores pedagógicos!

Um beijo, Leninha