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Como formar professores leitores

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Para incentivar os professores a ler mais, a coordenadora criou um clube do livro. A ideia é que cada um trouxesse de casa pelo menos um livro que já tinha lido e revezasse com os colegas. Foto: Gabriela Portilho

Para incentivar os professores a ler mais, a coordenadora criou um clube do livro. Foto: Gabriela Portilho

Ler é importante e isso ninguém mais discute! Já sabemos que as pessoas que leem frequentemente ampliam seus saberes e conhecem diferentes culturas e pontos de vista. Então, como pode um professor não gostar de ler?

Sempre fiquei muito intrigada com essa questão… Toda vez que a conversa na escola era sobre os livros que estávamos lendo por lazer, gosto e prazer, alguns professores diziam que gostariam de ler tanto quanto nós e perguntavam como arrumávamos tempo para fazer isso.

Certamente alguma coisa havia acontecido no percurso para que não reservassem uma parte do seu dia para mergulhar nas aventuras, suspenses e emoções que a literatura proporciona. Achei, então, que eu deveria fazer alguma coisa, afinal, professores leitores são ainda melhores nas suas práticas pedagógicas!

Reunião de formação

Planejei uma formação com o objetivo de influenciar os professores para que lessem mais. Eu já conhecia bem o grupo com o qual trabalhava e tinha o diagnóstico bem claro: sabia quem gostava de ler o quê, quem já havia sido leitor ativo e queria voltar a ler com frequência e quem precisava de um estímulo.

No primeiro encontro, levei vários livros e textos e organizei sobre a mesa com bilhetinhos.

Poesias para seu deleite: se emocione com Drummond, Cecília Meirelles e companhia! Esse bilhetinho foi acompanhado por quatro livros de poesia.

Crônicas para se divertir e rir muito! Além de um livro de crônicas da Martha Medeiros, levei também uma coletânea de textos do Walcyr Carrasco de quando ele escrevia na VEJA SÃO PAULO.

Contos de assombração: você vai ficar com medo! Utilizei alguns do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), realizado pelo Ministério da Educação (MEC), e encontrei outros na internet.

A proposta era que cada um escolhesse alguns textos (eles não tinham mais de duas páginas) para ler e depois selecionasse um que tivesse gostado muito para compartilhar com o grupo.

Foi um momento bem descontraído, cultural e prazeroso. Os professores não queriam parar a leitura e, antes mesmo de pedir que compartilhassem com o grupo, já começou um alvoroço de professor querendo ler para o colega um trecho que o havia divertido ou emocionado.

Clube do Livro

Minha proposta final era que cada um trouxesse de casa pelo menos um livro que já tinha lido e gostado para fazermos um rodízio entre nós.

No mesmo dia, quando voltaram para dar aula no período da tarde, alguns professores já trouxeram os exemplares. Para organizar o empréstimo, elaborei uma ficha na qual faziam a recomendação literária (clique aqui para acessá-la) e anotavam quem pegou, em que dia e qual a data que deveria devolver.

O bacana foi que vários funcionários e estagiários também quiseram participar do Clube do Livro, fazendo com que alguns exemplares tivessem fila de espera.

Outra descoberta foi ver que algumas funcionárias cobiçavam poder ler os livros do canto de leitura das salas de aula, que elas observavam durante a limpeza do espaço. Não tive dúvidas: organizei uma caixa com vários livros de literatura infantil e deixei disponível para elas. Foi um sucesso! Na hora do almoço, sempre estavam lendo.

E na sua escola, muitas pessoas gostam de ler?

Um abraço, Leninha