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Qual a diferença entre problema e exercício?

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
No processo de ensino-aprendizagem da Matemática, a melhor opção é propor atividades em que os alunos precisam desenvolver estratégias. (Foto: Manuela Novais)

Nos processos de ensino e aprendizagem da Matemática, a melhor opção é propor atividades em que os alunos precisam desenvolver estratégias. (Foto: Manuela Novais)

A resolução de problemas no ensino de Matemática vem sendo muito discutida ao longo dos últimos anos. Na busca por soluções, os alunos aprendem a montar estratégias, a raciocinar logicamente e a comparar o que fizeram com o que foi feito pelos colegas de classe. Eles também têm a oportunidade de construir aprendizagens significativas, além de argumentar, criticar, interagir e compartilhar ideias, estratégias, raciocínios e pensamentos matemáticos com a turma e o professor.

No entanto, muitas vezes os professores de Educação Básica utilizam os problemas apenas para que os alunos apliquem conhecimentos adquiridos anteriormente. Assim, eles servem para avaliar se o estudante é capaz de empregar um conceito, procedimento ou técnica que foi ensinado.

Isso pode realmente ser considerado um problema? Ou seria apenas um exercício? Essas duas palavras são utilizadas frequentemente como sendo equivalentes, o que não é verdade. Ao perceber a dificuldade da equipe em distinguir os conceitos, elaborei um plano de formação com os professores do 4º e 5º anos. O objetivo era que eles compreendessem essa diferença e desenvolvessem metodologias de resolução de problemas em sala de aula.

Na primeira reunião, apresentei várias questões matemáticas retiradas de livros didáticos. Pedi que eles pensassem como seus alunos, e, assim, identificassem quais poderiam ser resolvidas com facilidade e quais precisariam mobilizar outros conhecimentos. Em seguida, selecionamos algumas que seriam aplicadas em sala. Depois, voltamos a refletir sobre os procedimentos de resolução utilizados pelos estudantes. Os docentes perceberam que algumas foram resolvidas rapidamente aplicando o algoritmo já conhecido, enquanto outras foram solucionadas com diferentes estratégias. Após essa análise, chegamos à conclusão que poderíamos classificá-las em exercícios e em problemas, como explicado a seguir:

Exercício é uma atividade que conduz o aluno a utilizar um conhecimento matemático já aprendido, como a aplicação de algum algoritmo ou fórmula. Ele se sustenta em um procedimento padrão, em que o estudante tem certo domínio para a obtenção do resultado ou tem memorizado o mecanismo resolutivo. Geralmente, a criança ou jovem não precisa decidir sobre o procedimento a utilizar, mas aplicar uma fórmula. Portanto, serve para consolidar e automatizar técnicas, habilidades e procedimentos.

Os problemas exigem reflexão, questionamentos e tomadas de decisão. Trata-se de uma situação na qual se procura algo desconhecido e o aluno não tem nenhum algoritmo prévio que garanta a sua resolução. Por isso, a atividade propõe uma invenção ou criação significativa do estudante, que deve construir uma solução, explicando o que pensou. Isso envolve algumas etapas: a compreensão do problema, a criação de uma estratégia de resolução, a execução desta estratégia e a revisão da solução.

Nos processos de ensino e aprendizagem, a melhor opção é aquela em que conceitos, ideias e métodos matemáticos são abordados mediante a exploração de problemas, ou seja, situações em que os alunos precisam desenvolver estratégias. Vale ressaltar que o que é um problema para um estudante pode não ser para outro, em função do seu nível de desenvolvimento intelectual e dos conhecimentos de que dispõe.

Trabalhar a Matemática com esse tipo de atividade requer tempo e um bom planejamento, com situações próximas à realidade do aluno e temas motivadores. Também é preciso garantir que, durante a realização, a criança ou o jovem saiba como se comunicar, expor seus pensamentos e estratégias, argumentar, refletir, escrever e registrar seus raciocínios.

E vocês, já refletiram sobre a resolução de problemas com seus professores?

Abraços,

Eduarda