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Um plano de ação para a adaptação das crianças

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Crianças chegam à EMEF Maria Alice Pasquarelli

O início do ano costuma ser agitado na escola até as crianças se adaptarem ao ambiente e aos profissionais. Por isso, planeje o período com muito cuidado (Foto: Gabriela Portilho)

Durante alguns anos, atuei como professora de turmas de 2 e 3 anos. E, sinceramente, a cada início de ano, eu não via a hora de chegar o mês de março para que todas as crianças viessem tranquilas para a escola, sem choros e sem pais angustiados por deixá-las lá. Sempre achei esse período de adaptação muito difícil. Mas, hoje, me parece que ele é ainda mais, pois as famílias não querem que os filhos tenham frustrações e encaram o choro dos pequenos como um momento de muito sofrimento. De fato, até pode ser sofrível para alguns no início, mas é só até perceberem o quanto é gostoso estar num ambiente totalmente preparado para eles, com muitas possibilidades de brincar e interagir com os colegas. Em outros casos, a dificuldade está nos próprios familiares. Quantas vezes já vi a criança ficar bem e a mãe chorar por que ele nem se importou com ela? Inúmeras!

Para que situações como essa não aconteçam ou aconteçam com pouca frequência, o período de adaptação requer um planejamento bastante cuidadoso, que inclui uma reunião de pais para esclarecer os pormenores das ações elaboradas. Para ajudá-los, elaborei alguns objetivos para o coordenador pedagógico e o diretor. São eles:

  • Estar disponível nos primeiros dias para orientar, conversar e acolher as famílias e auxiliar os professores durante todo o período de aula.
  • Auxiliar os professores na elaboração do planejamento da adaptação, que, geralmente, prevê de duas a quatro semanas bem diferenciadas.
  • Agendar uma reunião com os pais para contar a eles como foi pensado esse momento dos pequenos e quais são os limites que eles devem respeitar. Clique aqui para ver um documento que pode ajudá-lo.
  • Orientar os funcionários a respeito da especificidade do momento, do porquê de alguns pais permanecerem na escola e como eles podem ajudar conforme sua área de atuação. Explicitar também que esse período costuma ser mais agitado.
  • Tematizar com professores e demais profissionais que atuarão diretamente com as crianças os desafios dessa etapa, os procedimentos mais adequados para lidar com o choro, a birra e a insegurança dos pequenos e dos pais.

Os professores também têm metas específicas nesse processo:

  • Preparar a sala de forma acolhedora, com cantos definidos e diversas atividades interessantes que considerem o grupo de crianças com o qual vai atuar.
  • Acolher os pequenos com carinho, paciência e atenção.
  • Observar cada criança individualmente, olhando para suas necessidades, dificuldades, angústias e respeitando seu ritmo.
  • Ser atencioso e acolhedor com as famílias, compreendendo que é um momento bem difícil e de muita angústia para muitas delas.
  • Fazer o registro das observações sobre cada criança. Só assim será possível refletir e entender o processo de adaptação, ajustar o planejamento e qualificar a atuação.

Acredito que um bom planejamento e muita reflexão coletiva podem facilitar muito o processo de adaptação de todos. Mãos à obra! E na sua escola, esse período também é cuidadosamente planejado? Um abraço, Leninha