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Como definir o foco do projeto de formação

Não é uma tarefa fácil e são muitas as variáveis conforme a escola e o percurso de formação continuada que foi adotado

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Leninha Ruiz tematiza a prática de uma professora com o grupo na EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos, SP (Foto: Gabriela Portilho)
Observar o trabalho de um professor em sala de aula pode indicar quais conteúdos devem ser trabalhados com o grupo. A tematização da prática é uma estratégia   Foto: Gabriela Portilho

Realizar a formação docente é a principal tarefa do coordenador. E todos sabem que ela precisa estar atrelada às necessidades e especificidades de cada grupo.

Existem duas possibilidades de perceber quais conteúdos devem ser discutidos. A primeira, e muito comum, é na observação de sala, quando vemos vários encaminhamentos bacanas que um determinado docente efetua e queremos levá-los para tematizar com o grupo. Dessa forma, todos podem incorporá-los à prática. A segunda faz o caminho contrário e acontece quando percebemos que alguns educadores não conhecem a didática mais adequada de determinado eixo ou os procedimentos mais eficazes para o estabelecimento de um clima favorável para interação, autonomia e brincadeiras entre os pequenos. Nessa situação, levamos para discussão com o grupo os aspectos que julgamos imprescindíveis para melhorar a prática.

Em ambos os casos, os coordenadores pedagógicos observam inúmeros conteúdos cuja reflexão coletiva seria importantíssima. Nesse ponto, surge a questão: como definir o foco e as estratégias do projeto de formação?

Não é uma tarefa fácil e são muitas as variáveis conforme a escola e o percurso de formação continuada que foi adotado. O primeiro critério certamente é pensar no coletivo: quais situações precisam e podem ser qualificadas na maioria das salas? Muitas vezes, no entanto, são questões pontuais de um ou dois professores. Nesse caso, não precisamos efetuar um trabalho com o grupo todo e a abordagem do que pode ser qualificado acontecerá na orientação individual.

Outro ponto a ser considerado é a expectativa dos professores. Vale muito a pena discutir com o grupo o que eles consideram uma necessidade. Entretanto, é bom lembrar que são os gestores, tanto coordenador como o diretor, que têm uma visão do todo da escola e, portanto, darão a palavra final. Se as expectativas não baterem, é preciso ter argumentos claros para justificar o porquê da escolha desse ou daquele conteúdo.

Abaixo, listo alguns conteúdos de formação que, com base na minha experiência, percebi que são primordiais em qualquer escola.

  • Gestão da sala de aula.  Tematizar os procedimentos dos professores que mais funcionam nos diferentes momentos da rotina e asseguram que o clima seja de aprendizagem, cooperação, autonomia e envolvimento das crianças. Aqui, cabe discutir o momento do diversificado, a hora da história, a merenda, o parque, os conflitos entre os pequenos e outros temas do cotidiano escolar que envolvem a gestão da turma.
  • Intervenções nas brincadeiras. Fazer um estudo e reflexão sobre a necessidade de compreender que o lúdico permeia a maioria das propostas na Educação Infantil.
  • Oralidade, leitura, escrita, Matemática, Música, Movimento e Natureza e Sociedade. Estudar, refletir e planejar boas situações nesses eixos é muito importante, pois cada um deles tem muitas possibilidades de recorte e é preciso definir metas claras do que se espera que os professores sejam capazes de fazer ao final da formação.

Ressalto que a formação continuada é imprescindível para uma Educação de qualidade. É quando o coletivo de professores pode estudar, discutir, planejar e redirecionar sua prática que viabilizamos a melhoria. E vale lembrar que todo projeto de formação precisa ser sistematizado e registrado pelo grupo com as orientações didáticas para o conteúdo em questão.

E você, já começou a planejar seu projeto de formação? Que critérios você utiliza para definir suas metas?

Um abraço,

Leninha