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Como lidar com os alunos que aparecem sem uniforme na escola

POR:
Joelma Souza
Crédito: Elza Fiuza/Agência Brasil

O uso do uniforme na nossa escola é obrigatório e tentamos garantir que essa rotina flua naturalmente. Mas qual diretor nunca teve que resolver o caso de alunos que aparecem sem a vestimenta? A discussão sobre o que fazer com esses estudantes é sempre acalorada. O uniforme é uma forma de identificação e controle de organização indispensável ao dia a dia, no entanto, o direito constitucional de garantir o acesso à Educação será sempre o primordial. Por isso, não costumamos impedir a entrada dos que não estão devidamente uniformizados e, por lei, nenhuma escola deveria.

Para garantir a harmonia dessa ação, a escola a desenvolve em parceria com toda a comunidade escolar. Sempre deixamos claro os objetivos do uniforme para as famílias para que o compromisso em cobrar seu uso seja mútuo. Também acreditamos que o exemplo da equipe é essencial para incentivar os estudantes. Independente da área de atuação, todos precisam estar vestidos de forma respeitosa e adequada para o exercício da sua função. Buscamos desenvolver uma cultura em que todos sabem que a escola requer uma postura apropriada. Para isso desenvolvemos algumas ações:

• O incentivo da cultura do uniforme é feito a partir da valorização da postura e identificação escolar. Além do exemplo da equipe, procuramos relacionar o uniforme à identificação de um grupo de ensino que ele possa se orgulhar de fazer parte. A representação da escola em eventos e passeios educativos só são feitos com o aluno devidamente uniformizado.

• Acredito muito no diálogo e na sensibilização da necessidade e da importância do uso para o bem-estar institucional. Apresentamos as regras da escola no início do ano e relembramos os alunos sobre elas sempre que necessário. Deixamos claro que eles precisam se adequar e damos espaço para ouvir os motivos da ausência do uniforme. Geralmente, eles compreendem a necessidade e a aceitam com naturalidade. Com os adolescentes, geralmente, o questionamento sobre a necessidade do uso é alto e passa por uma questão de identidade pessoal. Nesses casos, é possível negociar com as turmas algum grau de personalização, como, por exemplo, a desobrigatoriedade de uma ou outra peça, como a calça de uniforme, em determinados dias da semana (como sexta-feira) ou definitivamente, mantendo sempre a camiseta para identificação. Essa deliberação, quando feita em conjunto, costuma ter um efeito positivo porque os estudantes se sentem participantes da resolução e tendem a respeitá-la. E o que é combinado, pode ser cobrado.

• A cada chamada de atenção sobre o uniforme há o registro dela para nosso controle. Quando a conversa com o aluno já foi feita algumas vezes e não houve resultado, acionamos as famílias para para informar a situação e entender os motivos da ausência da vestimenta obrigatória. É preciso ouvir os responsáveis. Às vezes, eles nem estão cientes do fato. Mas, caso estejam e não se posicionem, é preciso compartilhar com eles a importância do uniforme como forma de identificação dos filhos dentro e fora da escola. Se a causa for financeira, vale pensar ações com a comunidade escolar para ajudar os que enfrentam essas dificuldades.

• Instruímos sempre a comunidade sobre datas, prazos e possibilidade para aquisição das peças. Sabemos que dentro da comunidade, há famílias com condições financeiras difíceis. Por isso, para garantir valores mais acessíveis, sempre aconselhamos os alunos a comprá-los direto do fornecedor, assim o uniforme sai sempre a preço de custo.

• Ainda pensando nas famílias com baixa renda, instituímos uma ação muito bacana e fácil de ser replicada em outras escolas. Todos os anos fazemos uma campanha de doação de uniforme dos alunos que concluem o ensino ou que solicitam transferências. Também incentivamos a doação das peças que, por conta do rápido crescimento das crianças, também não servem mais aos alunos. Assim garantimos que essas roupas não vão ficar paradas e doamos para aqueles que apresentam dificuldades na aquisição da vestimenta.

E você, colega diretor, como lida com os estudantes que aparecem sem uniforme e o que tem feito para garantir o seu uso frequente? Compartilhe conosco sua prática!

Até a próxima quarta! Um abraço,
Joelma