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Praticar a gestão democrática não é tão simples como falar sobre ela

POR:
Joelma Souza
É preciso abrir espaço  diariamente para uma participação mais consciente e ativa, sempre com escuta sensível. Crédito: Rafael Araújo

O termo “gestão democrático” é tão utilizado entre os que fazem Educação em nosso país que alguns até pensam se tratar de um discurso “da moda”. Mas não é de hoje que estamos discutindo esse tema. A partir da implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, o termo se consolidou como um princípio a ser seguido em todas as escolas – principalmente no ensino público –, reafirmando a importância dessa prática. Esse modelo não só envolve a comunidade na construção de soluções, como abre caminhos para melhorar o desempenho dos estudantes ao envolvê-los no processo, criar um sentimento maior de pertencimento e um ambiente melhor a partir de entendimentos coletivos. E o diretor é peça fundamental no desenvolvimento da abertura da gestão.

Gerir um processo democrático de verdade é desafiador no dia a dia. Não é tão simples como apenas falar sobre. O exercício diário requer muito mais que o discurso ou a tomada de algumas medidas que agradem a todos. A prática está muito mais ligada ao compromisso, responsabilidade e dedicação de uma equipe em tomar decisões mais assertivas com um olhar global, agregando diferentes percepções e somando na qualidade das propostas. Esse modelo parte do individual para o coletivo, em um movimento em que cada um tem a sua parcela de contribuição nas relações que compõem o universo escolar.

O ensino e a aprendizagem devem estar no centro de forma significativa e prioritário tanto nas práticas pedagógicas quanto administrativas. Ao gerir para todos é preciso considerar e compreender qual é o verdadeiro papel da escola, ponderando para que e para quem ela está a serviço. É importante que não apenas os gestores tenham esse entendimento, mas também toda a comunidade. Para isso o diálogo aberto e a escuta sensível são essenciais.

LEIA MAIS: Para a democracia não ser apenas de fachada

No exercício da atuação do diretor democrático é de práxis a observação atenta ao colaborador, abrindo espaço diariamente para uma participação mais consciente e ativa. Muitas vezes a contribuição de um membro da comunidade pode ir além do que já é definido a cada servidor ou esperado dos estudantes. Ao exercitar a observação e compartilhar processos também conseguimos saber priorizar o que verdadeiramente é importante.

Por mais experiente que seja um diretor, precisamos estar sempre abertos a aprender. Já comentei aqui no blog que o estudo deve ser um companheiro de todo gestor e reafirmo essa relação com o processo democrático da gestão, pois, a cada dia, novas reflexões são importantes para questionar se aqueles procedimentos internalizados precisam ser revistos e como podem ser aprimorados, ampliar possibilidades e também ficar antenado às novas práticas de gerir de forma atuante e participativa.

Sei bem que este assunto não se esgotará nessa conversa e que o tema se renova todos os dias na prática diária. O que trouxe hoje foram algumas considerações e provocações que devemos nos fazer sempre para pensarmos juntos e expandirmos essa conversa com nossa equipe e comunidade. Tendo consciência que a palavra democrática por si só ou a ideia concentrada na “mão” do diretor não evolui, devemos dividi-la para que outros também se empoderem dela.

E você, querido colega diretor, o que pensa sobre o assunto? Socialize conosco! Espero sua contribuição para fazer deste um espaço de troca a partir das experiências de cada um de nós.

Um grande abraço,
Joelma

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