Primeiros socorros: como preparar sua escola
POR: Muriele Massucato
Olá colegas,
O bem estar e a saúde das nossas crianças nos preocupa muito, não é? Por isso, na escola onde trabalho, temos muitas ações para evitar acidentes. Organizamos recreios dirigidos, com opções de jogos e brincadeiras, para prevenir correrias, quedas ou trombadas. Também mantemos longe os brinquedos perigosos ou objetos cortantes.
Porém, mesmo com muito zelo, acidentes e emergências podem acontecer com os alunos ou funcionários. E nosso primeiro impulso, como seres humanos, é socorrer o estudante que caiu e bateu a cabeça, o professor que desmaiou ou a copeira que se queimou. É nosso instinto. Acontece que, às vezes, em vez de ajudar, estamos atrapalhando.
Há pouco tempo, por exemplo, uma professora gestante sofreu uma queda de pressão repentina durante nossa reunião de HTPC e não tivemos dúvidas: chamamos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Esse contratempo nos deu uma ideia. Por que não realizar uma formação com o núcleo educacional do SAMU, em uma reunião pedagógica, com toda a equipe escolar?
Recebemos na escola três enfermeiros do SAMU. Eles deram uma palestra muito interessante e dinâmica, com datashow e bonecos para representar as vítimas. Até os próprios enfermeiros simularam situações para que a equipe da escola prestasse o socorro adequado. Foi muito interessante e desmistificamos vários mitos populares. Olha o que aprendemos:
- Não aplique creme dental em regiões com queimaduras. Em vez de aliviar, a pasta potencializa o ferimento, por se tratar de um produto abrasivo.
- Pode ser muito perigoso segurar a língua da vítima durante uma convulsão.
- Em caso de envenenamento ou intoxicação, não faça a criança vomitar.
Veja mais dicas de primeiros socorros aqui e aqui.
“A gente realiza esse trabalho para mostrar a importância dos primeiros socorros antes da chegada do SAMU e o nosso propósito é que todos os munícipes estejam aptos para realização desses procedimentos”, contou o enfermeiro Fernando Simonato.
A demonstração, com duração de duas horas, orienta quanto às técnicas corretas em caso de urgência até que o SAMU chegue e possa dar início ao atendimento pré-hospitalar. Contudo, vale ressaltar que nada do que façamos substitui a necessidade de contatar o serviço por meio do 192. O objetivo da palestra não é substituir o atendimento especializado, e sim, incentivar que aquele que faz a ligação dê informações corretas ao telefone para a atendente do SAMU ou ainda conheça formas adequadas de posicionar a vítima até que o socorro chegue.
Essas ações podem fazer a diferença e até salvar vidas. Como lidamos com centenas delas nas escolas, é de suma importância oferecer essas informações à todos os funcionários da escola. A nossa atividade foi um sucesso. A equipe escolar se envolveu muito, demonstrou interesse, tirou dúvidas e participou ativamente das atividades práticas.
- Problemas cardio-respiratórios
- Intoxicação por substâncias químicas
- Queimaduras graves
- Maus tratos
- Trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto
- Tentativas de suicídio
- Crises hipertensivas
- Acidentes ou traumas com vítimas
- Afogamentos
- Choque elétrico
- Acidentes com produtos perigosos
Aproveito para agradecer aqui aos enfermeiros palestrantes Cristina Maria da Silva Almeida, Fernando Simonato e Antônio Anailson Bezerra por toda atenção e competência!
Deixo, por fim, o contato para agendamentos das palestras com a equipe do SAMU da prefeitura de São Bernardo do Campo-SP: samu.neu@saobernardo.sp.gov.br. Como é uma iniciativa municipal, é necessário contatar a sua Secretaria de Saúde e verificar se o SAMU da cidade tem o Núcleo de Educação em Urgência e realiza o projeto formativo nas escolas.
E vocês colegas, já realizaram atividades semelhantes ou vivenciaram situações em que foi necessário prestar os primeiros socorros na escola? Conte-nos a respeito.
E em caso de emergência, não se esqueçam: chamem o SAMU 192 sempre!
Abraços,
Muriele
Fonte: Portal da Saúde
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