A formação dos docentes não pode depender só da Secretaria
Assim não dá!
POR: Rita TrevisanNão oferecer formação para os professores no contexto de trabalho e deixar que eles participem apenas dos encontros promovidos pela rede de ensino é uma medida comum no Brasil, conforme mostra a pesquisa Formação Continuada de Professores no Brasil: Uma Análise das Modalidades e Práticas, realizada pela Fundação Carlos Chagas a pedido da Fundação Victor Civita (FVC).
As reuniões com a equipe da secretaria de Educação são importantes por dar continuidade às políticas da rede, promover a troca de experiências entre as escolas e oferecer cursos de capacitação profissional para os professores. Porém, elas devem contribuir para aprofundar as concepções de ensino e de aprendizagem - nunca para substituir os momentos de estudo coletivo dirigidos pelo coordenador pedagógico e realizados na própria escola.
A formação em serviço deve ocorrer com regularidade, pois só assim permite debater as demandas específicas da equipe docente. É a ocasião em que os professores expõem aos colegas as práticas bem-sucedidas e medidas adotadas na resolução de problemas. "Trata-se de um espaço para a socialização e a discussão dos saberes adquiridos", diz Silvana Tamassia, que foi coordenadora pedagógica por seis anos e é professora de Pedagogia da faculdade União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (Uniesp).
Uma análise dos resultados das avaliações externas e internas e dos conteúdos nos quais as turmas têm mais dificuldade pode fornecer subsídios valiosos para as pautas desses encontros. No entanto, é essencial que o coordenador esteja bem preparado e invista na autoformação. "Assim, ele ajuda a motivar a equipe e cria uma cultura colaborativa, de partilha de conhecimentos e da aprendizagem com os erros individuais e dos colegas", afirma Patrícia Albieri de Almeida, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC) e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Tags
Assuntos Relacionados
- Lidas da semana
-