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Um projeto para ensinar cálculo mental

Em quatro meses, o coordenador vai ajudar os professores a dominar a didática do cálculo mental

POR:
Paula Nadal
COMPARANDO SOLUÇÕES Nos encontros de formação, a coordenadora pedagógica sistematiza as diferentes maneiras de fazer cálculos. Fotos Marcos Rosa
COMPARANDO SOLUÇÕES  Nos encontros de formação, 
a coordenadora pedagógica sistematiza as diferentes 
maneiras de fazer cálculos. Fotos Marcos Rosa

No início de 2007, os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental da EE Victor Civita, em Guarulhos, na Grande São Paulo, tinham dificuldades em Matemática: 20% deles não compreendiam as noções estipuladas como elementares para cada ano letivo. Para superar o problema, os professores receberam formação durante dois anos do programa Matemática É D+, desenvolvido pela Fundação Victor Civita. "Nos encontros quinzenais, todos os 14 professores tinham a chance de participar e aprender juntos", lembra Elisete Luttzolff, professora coordenadora da escola.

Segundo Priscila Monteiro, formadora que coordenou o programa, muitos docentes se esquecem de um passo importante no dia-a-dia do trabalho e mostram às turmas como fazer contas sem antes explorar os caminhos do raciocínio matemático - provavelmente porque essa é a maneira como eles próprios aprenderam tanto na escola como na faculdade: "Os cálculos simples geralmente não são trabalhados em sala de aula e a ênfase é dada à conta armada, considerada uma das maneira mais rápida e eficiente de resolver problemas." Porém, ao ter contato com fórmulas, o aluno começa a usá-las sem compreender o que está por trás do resultado. Ao iniciar a formação, o primeiro grande desafio de Priscila e Elisete foi mostrar que o pensamento matemático pode ser ensinado às crianças desde os primeiros anos de escolaridade e que a melhor maneira de introduzi-lo é pelo cálculo mental (leia a íntegra do projeto de formação).

Repertório ampliado
Esse conteúdo só foi validado como estratégia escolar para a resolução de contas em meados dos anos 1960. Por seu caráter aparentemente pouco científico, nunca foi bem recebido pelos adeptos da maneira tradicional de ensinar, apesar de essa ser a maneira mais utilizada por todas as pessoas para resolver problemas matemáticos do cotidiano quando não têm lápis, papel ou calculadora à mão. É assim que se faz no momento de estimar quanto vai ser o gasto no supermercado ou quanto se vai receber de troco numa compra paga com dinheiro.

Priscila mostrou aos professores que fazer cálculo mental não é sinônimo de "chute" nem de soluções inexatas. "Esse trabalho tem como propósito fazer com que os alunos disponham de variados recursos e aprendam a selecionar a modalidade de resolução que lhes pareça mais adequada para cada caso (cálculo mental, algoritmo, calculadora) e os meios de controle sobre os recursos utilizados." Para bem utilizá-lo, as crianças precisam dispor de um repertório memorizado de resultados de diversas operações.

Quer saber mais?

CONTATO
EE Victor Civita
, R. Regiane, s/nº, 07180-190,  Guarulhos, SP, tel. (11) 2412-6959 

BIBLIOGRAFIA
Didática da Matemática,
Cecília Parra e Irma Saiz  (orgs.), 258 págs., Ed. Artmed, www.artmed.com.br,
tel. 0800-703-3444, 48 reais 

INTERNET
Em revistaescola.abril.com.br/fvc/matematica-d-mais. shtml, os relatórios de formação do Projeto Matemática É D+
Em www.buenosaires.gov.ar/areas/educacion/curricula/docum/abstr/matemat/lnlmyln.htm, projeto de cálculo mental desenvolvido pelo governo da província de Buenos Aires (em espanhol)