Treinamento para melhorar o Ideb do Amazonas

"O rendimento escolar vem da persistência de um trabalho da diretoria com os professores", define a diretora Laura Dacio Dias, da Escola Estadual Amazonino Mendes, em Boa Vista do Ramos, cidade a 280 km da capital amazonense e a quase 24 horas de viagem de barco. Ela parece ter absorvido - ao menos no discurso e na empolgação ao falar - as informações da semana de capacitação que reuniu quase 400 educadores em nove oficinas de gestão escolar. O objetivo do encontro, promovido pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Estadual de Educação, era orientar os gestores a diagnosticar e gerenciar as necessidades administrativas, financeiras e pedagógicas de suas escolas.

Para o secretário estadual de Educação, Gedeão Amorim, esse tipo de parceria é importante. "Pela primeira vez na história, o MEC (Ministério da Educação) estabeleceu uma relação horizontal entre as esferas federal, estadual e municipal, chegando nas escolas e atingindo os gestores", diz. "Os objetivos dessa semana vão além do reparo de melhora dos índices."

A professora Laura, assim como os outros convocados, traz no histórico baixíssimas notas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Numa escala de 0 a dez, a Amazonino Mendes, escola de origem de Laura, obteve 2,6 para os anos iniciais e 2,8 para os anos finais, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo ela, esse tipo de avaliação trouxe a ela e a muitos colegas a preocupação objetiva com o rendimento escolar dos alunos e um senso de prestação de contas ao qual ela não estava atenta.

Programa nacional - "Em Manaus, foram atendidos 52 municípios que estão na lista de 302 estabelecimentos de ensino que vão receber recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, FNDE", contabiliza o coordenador local das oficinas, Itamar Nunez Costa. "São aqueles que tiveram nota abaixo de 3,2 no Ideb", complementa. Segundo ele, a intenção é preparar os gestores antes de eles receberem os recursos previstos, para que estes sejam utilizados da melhor forma possível. A capacitação foi dada por uma equipe formada por 16 técnicos do Ministério, que já atuaram no Ceará, Rondônia, Piauí, Pernambuco, Roraima e em Brasília.