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Blog Aluno em Foco

Questões sobre orientação educacional, ética e relacionamentos na escola

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Próximo embarque: a família contemporânea

POR:
Flávia Vivaldi

A primeira quinzena do mês de julho já está ficando para trás, mas ainda temos tempo para mais dois mergulhos literários.

Hoje sugiro uma leitura que nos remete à parceria mais desafiadora para nós, educadores: com a família. Como já comentamos aqui, é preciso considerar, nas relações atuais entre as instituições família e escola, as significativas transformações ocorridas principalmente na primeira delas. Sem a compreensão desse contexto, a possibilidade de estabelecer uma relação construtiva fica comprometida, como tenho constatado repetidamente em depoimentos de colegas que não conseguiram, ainda, uma aproximação positiva com os responsáveis por seus alunos. Na maioria das vezes, isso ocorre por transferências equivocadas de responsabilidade: a família transferindo integralmente para a escola o que deve ser também de sua competência – por exemplo, a polidez mínima para relações sociais. E a escola, por exemplo, enviando inúmeros bilhetes que solicitam providências quanto a situações de tarefas incompletas, incivilidades durante as aulas, enfim, fatos que dizem respeito ao trabalho dos educadores com os alunos. O que geralmente eu ouço de ambas as partes como justificativa para essas atitudes são respostas que refletem o desejo de “vamos trabalhar juntos, em parceria, na Educação das crianças e jovens”. É, porém, a maneira de buscar tal parceria que faz toda a diferença. Certamente as mencionadas anteriormente não são as mais adequadas.

Pois a dica de leitura da semana é “Família: modos de usar” (*). Os autores, Rosely Sayão e Julio Groppa Aquino, provocam a reflexão do leitor desde o título irônico. A proposta da obra é questionar e refletir sobre as “receitas e prescrições” fornecidas aos pais quanto aos desafios diários de educar no mundo contemporâneo.

Atualmente, as terceirizações da Educação favorecem o espaço mercadológico e a invasão de soluções mágicas para todos os desafios. Cada vez mais, surgem especialistas, equipamentos e cursos para solucionar e ensinar aos pais como devem agir com seus filhos. Nesse contexto, os autores propõem situações que, de alguma forma, parecem corriqueiras, levando-nos a refletir sobre inúmeras atitudes inadequadas presentes nas relações familiares.

Conscientes de que cabe também ao educador a responsabilidade de uma orientação esclarecedora aos pais, vale conferir mais essa fonte de aprendizado. Tenha em mente, sobretudo que, no âmbito do desenvolvimento e das relações humanas, não existem receitas infalíveis, mas sim a necessidade de conhecimento.

Cumprimentos mineiros e até a próxima segunda, com nossa última sugestão de leitura para esse período de recesso!

(*) AQUINO, J. G. e SAYÃO, R. Família: modos de usar. Campinas, SP: Papirus, 2006.