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Como elaborar projetos institucionais em parceria com a equipe docente

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
A elaboração de um projeto institucional surge a partir da necessidade de resolver uma situação que incomoda, e, por isso, precisa ser compartilhada e discutida com todos em busca de soluções. (Foto: Manuela Novais)

A elaboração de um projeto institucional surge a partir da necessidade de resolver uma situação que incomoda e precisa ser discutida com todos em busca de soluções. (Foto: Manuela Novais)

Uma das funções do coordenador, em parceria com a gestão, é envolver os professores nas diversas propostas que a escola desenvolve com base no projeto político-pedagógico (PPP). Ao observar o cotidiano e a prática da sala de aula, ele precisa refletir e estudar sobre os problemas encontrados com base em um planejamento aprofundado.

A elaboração de um projeto institucional surge a partir da necessidade de resolver uma situação que incomoda, e, por isso, precisa ser compartilhada e discutida com todos em busca de soluções. Por isso, é importante socializar as dificuldades da escola com toda a equipe e a comunidade, organizando reuniões e planejando ações para que os docentes reflitam sobre a importância do trabalho coletivo. Nesse processo, o coordenador deve assumir o papel de articulador, garantindo o compromisso de todos com a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Para resolver um problema diagnosticado, a equipe gestora tem a função de traçar metas e definir objetivos a ser alcançados. Após o diagnóstico, é o momento de analisar a realidade da escola, refletindo sobre os conteúdos envolvidos e como desenvolvê-los. A questão deve ser discutida com toda a equipe docente para que, em seguida, sejam elaboradas as etapas do processo e definidas as funções de cada um. Quando a equipe escolar está envolvida no planejamento e execução desse plano, os docentes se sentem responsáveis pelas mudanças a serem alcançadas e o projeto se transforma em uma metodologia de trabalho.

Na instituição em que trabalho, percebemos certa vez que, por falta de um profissional que atendesse a biblioteca no turno vespertino, os alunos estavam lendo muito pouco. Além disso, cada docente realizava atividades isoladas que não contribuíam para desenvolver a prática de leitura da escola. Preocupadas com essa situação, a diretora e eu levantamos alguns dados e decidimos retomar um projeto já realizado, chamado “Comunidade de leitores”. Para colocá-lo em prática, revimos algumas ações e traçamos objetivos junto com a equipe.

A proposta de resolução da situação-problema foi um desafio institucional que possibilitou encurtar a distância entre a biblioteca e a sala de aula. Mesmo sem um profissional responsável, as estratégias levaram à criação de bibliotecas ambulantes dentro da própria sala de aula, o que contribuiu com o desenvolvimento de habilidades leitoras nas crianças. Entre as ações que realizamos estão a maleta literária, que levava livros para a casa dos alunos; a leitura constante pelo professor; o estabelecimento de uma rotina de atividades sobre gêneros textuais variados; a seleção de livros que circulavam em caixas nas salas de aulas; visitas a outras bibliotecas da comunidade e as leituras em outros ambientes, como praças e jardins. Para possibilitar essa mudança, adquirimos livros e nosso acervo foi ampliado.

Esse projeto institucional permitiu instalar na escola um clima de cooperação que foi além dos muros da instituição, possibilitando trocas de saberes entre os pais, as turmas, os funcionários, os professores e os gestores. Como outro benefício, destaco a colaboração do projeto para a formação dos professores. Os encontros sistemáticos, individuais ou coletivos, permitiram a troca de experiências e a reflexão sobre a prática, ampliando os conhecimentos do grupo. No final de um semestre de trabalho, realizamos a primeira análise e percebemos a melhora nos hábitos de leitura, o que colaborou também com outras atividades realizadas na sala de aula e com o resultado das avaliações.

E vocês, coordenadores, já desenvolveram projetos institucionais com a equipe?

Um abraço, Eduarda.