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Observação: o instrumento de trabalho do coordenador pedagógico

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

 

A observação periódica do caderno dos alunos dá pistas sobre os conteúdos que precisam ser trabalhados na formação continuada (Foto: Manuela Novais)

A observação periódica do caderno dos alunos dá pistas sobre os conteúdos que precisam ser trabalhados na formação continuada dos professores (Foto: Manuela Novais)

Quando o coordenador não consegue identificar o que trabalhar com os professores nos encontros de formação, algumas questões podem ser feitas a fim de nortear a prática: O que os docentes estão ensinando? Os conteúdos ensinados estão de acordo com a matriz curricular? Quais conteúdos de formação continuada podem contribuir com a aprendizagem dos alunos?

Uma boa estratégia para enxergar a escola como espaço de formação continuada é a observação. Ela pode ser feita com base na prática da sala de aula, de uma atividade específica, da interação entre os alunos, de seus cadernos, das intervenções que o professor realiza e de outras produções e trabalhos que ele esteja desenvolvendo.

Hoje, gostaria de focar minha reflexão na observação periódica do caderno dos alunos. Isto dá pistas para os conteúdos que devem ser trabalhados na formação continuada.

Por onde começar? Vamos lá!

Ao organizar o cronograma bimestral de trabalho, uma das ações fixas é o levantamento de conteúdos que serão trabalhados com base na matriz curricular e nas necessidades de aprendizagens dos alunos. Instruir os professores nesta organização é contribuir com o projeto político-pedagógico da escola. Planejar juntos os conteúdos ajuda o coordenador no acompanhamento posterior da prática, que inclui garantir que o docente tenha clareza em relação ao objetivo de cada conteúdo, e de como ele se pode ser desenvolvido com a sua classe. É fundamental que o coordenador pense estratégias de ação de maneira individualizada, considerando as características de cada docente e turma.

Sabemos que há uma distância entre o que planejamos e a aplicação na sala de aula. Por isso, devemos estar atentos às reais necessidades de cada docente acerca da prática que desenvolve e indicar boas fundamentações técnicas. E aqui entra a observação como estratégia. Ao agir assim, a escola contribui para a autonomia intelectual de seus profissionais.

Os cadernos dos alunos, fonte essencial para saber a quantas andam as classes em relação àquilo que o docente se comprometeu a desenvolver, revelam a relação o que foi ensinado, a estratégia utilizada e o aprendizado da criança.

Alguns aspectos são importantes para esta análise, como:
- Não examinar apenas um caderno. Utilize sempre cadernos de crianças diferentes;
- Determine uma periodicidade de análise (como, por exemplo, 1 vez por mês ou a cada 15 dias);
- Elabore um roteiro com os conteúdos que serão observados, estabeleça relações entre este e o currículo discutido no bimestre;
- Identifique a regularidade dos conteúdos. Uma dica é registrar com a mesma cor as atividades que possuem o mesmo objetivo e registrar de forma geral a freqüência com que elas foram dadas;
- Faça considerações sobre o conteúdo observado e identifique quais precisam de investimento na formação. É possível organizar essas informações em uma planilha, trabalhando quatro colunas básicas: semana em que foi feita a observação, descrição da turma que teve o caderno analisado, freqüência das atividades ao longo das quatro semanas de aula e considerações e levantamento dos conteúdos da formação com os professores. Quando um conteúdo aparecer nos registros de vários professores, tematize durante as reuniões. Porém, se um docente tem uma dificuldade específica, trabalhe o tema em encontros individuais.

São inúmeras estratégias que o coordenador pode utilizar para levantar conteúdos de formação de acordo com as necessidades do grupo de professores. Observar caderno é apenas uma delas. O mais importante é olhar para a classe, planejar junto com o professor, identificar saberes e estratégias didáticas e como estabelecem conexão entre o planejamento e a sala de aula.

E vocês quais estratégias utilizam para levantar indicadores de necessidades de aprendizagens dos professores que coordenam? Compartilhem suas experiências!

Abraços,
Eduarda.