Enquanto aguardava, na secretaria de uma escola de Educação Infantil, antes de uma formação, escutei o seguinte diálogo:
Mãe: A diretora está? Quero conversar com ela.
Secretário: A senhora pode me adiantar o assunto?
Mãe: Quero saber por que meu filho ainda não leva tarefa pra casa e quero entender mais umas coisinhas.
Secretário: Bom, nessa etapa de ensino realmente não tem tarefa.
Mãe: Eu quero saber isso direitinho porque o meu sobrinho que estuda em outra escola leva lição todos os dias.
Secretário: Se a senhora preferir, podemos agendar um horário com a coordenação pedagógica.
Mãe: Ah…mas, eu prefiro a diretora. Ela que sabe. Não adianta conversar com os outros.
Fiquei meio desconcertada. Então, antes de iniciarmos a formação, procurei a coordenadora pedagógica para conversar. Relatei o diálogo que presenciei e ponderei que a primeira coisa que me chamou a atenção foi a mãe querer tarefa por que tem em outra escola. Outro aspecto foi a fala: “A diretora é quem sabe. Não adianta falar com os outros”. Essa situação nos trouxe um questionamento: Seria a atitude da mãe movida pela ideia de “falar com quem manda para conseguir o que se quer” ou por desconhecer a presença e o papel do coordenador pedagógico no ambiente escolar?
A coordenadora me relatou que, por muito tempo, a escola teve apenas o cargo de diretor e uma supervisora da secretaria de educação, responsável por acompanhar o trabalho pedagógico. Apenas há pouco mais de um mês é que ela havia assumido a função na escola. Isso já explicou muita coisa. Mesmo assim, refletimos que já estamos no meio do ano e já ocorreram 2 reuniões de pais nas quais a proposta pedagógica havia sido abordada. Além do que, a escola tem apenas 6 salas de aula, permitindo que os pais entrem para buscar as crianças e tenham contato diário com os professores. Desse modo, podem acompanhar as produções das crianças tanto nos murais da sala como dos corredores.
Com base nesse cenário, a coordenadora elencou algumas ações para aproximar-se da comunidade além de agendar um horário para conversar com a mãe de aluno. Confira abaixo:
- Procurar estar na entrada ou saída das crianças para estabelecer um maior contato com as famílias;
- Utilizar uma parte do mural, que fica próximo da secretaria, para expor textos ou informações sobre aprendizagem, pesquisas ou educação com linguagem clara e acessível para que as famílias se interessem, com uma identificação bem específica, Notícias da Coordenação Pedagógica;
- Organizar grupos de estudo ou mini palestras sobre assuntos que se relacionam com educação e desenvolvimento infantil para as famílias.
Ponderei que seu maior investimento seria na formação dos professores e acompanhamento da prática para auxiliá-los nos encaminhamentos em sala. Afinal, só agora a escola contaria com uma coordenação pedagógica diária. Certamente, tinha muito trabalho pela frente.
Você acha importante as famílias conhecerem o trabalho do coordenador pedagógico ou o que importa é o resultado dele nas aprendizagens das crianças? Deixe sua opinião aqui nos comentários.
Um abraço,
Leninha