O que o coordenador pode fazer quando falta dinheiro na escola?
POR: Eduarda Diniz Mayrink
Apesar de o coordenador pedagógico ter uma função ligada basicamente ao ensino e à aprendizagem, lidar com questões financeiras é inevitável. Afinal, não é possível concretizar bons projetos e momentos intensos de formação da equipe sem considerar os recursos disponíveis na escola. Manter os dois pés no chão é fundamental, especialmente se a escola em que você atua tem verbas limitadas.
Já passei por uma experiência em que senti na pele como é difícil trabalhar com pouco dinheiro. Discutindo as práticas adotadas nas aulas de Arte, os professores contaram sobre a dificuldade que tinham para realizar atividades em sala. Num primeiro momento, achamos que o problema era a falta de uma rotina mais organizada e, por isso, dedicamos mais tempo à disciplina. Mas, depois de algumas semanas, vimos que havia outro empecilho: nos faltava um espaço adequado para as aulas e materiais diversos. Surgiu, então, a ideia aproveitar um local que estava sem uso para montar uma sala de Arte.
Mas como fazer isso sem recursos? A verba da escola até deu para comprar alguns itens básicos, como colas, pincéis, papéis, tesouras, tintas etc. Só que o espaço precisava mesmo era de uma boa reforma: faltava instalar um balcão, uma pia, reforçar a iluminação, pintar as paredes, comprar a mobília… Era um enorme desafio! Sem dinheiro, fizemos o que foi possível, mas não foi o suficiente. A sala ficou precária e acabou sendo pouco utilizada. Precisávamos de mais investimentos.
Resolvemos, então, arregaçar as mangas. Mobilizamos a equipe, os alunos e as famílias para arrecadar fundos. Aproveitamos a festa junina que já estava programada para vender rifas. Com o lucro que obtivemos, conseguimos pintar o espaço e colocar a pia e o balcão. Com caixas de feira e outros materiais que podiam ser reaproveitados, criamos prateleiras. Também conseguimos a doação de armários, que, com os devidos reparos, mobiliaram a sala. Depois de três semestres, o nosso espaço finalmente ficou pronto.
O esforço valeu a pena. A rotina das crianças se intensificou e foi possível ampliar muito o leque de atividades, com diferentes tipos de materiais.
Todo esse processo trouxe muitos aprendizados para mim. Percebi que, antes de tudo, a utilização e a mobilização de recursos financeiros dependem da nossa articulação com a direção e da participação efetiva de toda a comunidade. Vale realizar reuniões com o diretor e os responsáveis por outras áreas para avaliar as necessidades e conferir se elas efetivamente cabem no bolso da escola. Quanto maior for a participação de todos na elaboração dos orçamentos, mais acertada será a escolha de prioridades.
Antecipar-se, avaliando com antecedência o que precisa ser comprado para desenvolver cada conteúdo, também ajuda a manter um fluxo mais organizado e a prever o tamanho do orçamento que cada ação exigirá.
E você, como lida com as limitações financeiras? Já passou por dificuldades parecidas? Conte para gente!
Um abraço,
Eduarda
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