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Alfabetização: como avaliar crianças em diferentes etapas desse processo?

POR:
Eduarda Diniz Mayrink

Avaliação é um tema que deve ser constantemente abordado na formação dos professores. Eles precisam ter claro o que, por que e como medir o progresso de seus alunos. Observei durante algum tempo que a maioria dos docentes tende a utilizar as provas no final do bimestre como único ou mais importante instrumento de análise das crianças. Por essa razão, decidi planejar um estudo com os educadores sobre o que fazer para diversificar a avaliação. Compartilho hoje um pouco dessa experiência.

Primeiro, fiz três perguntas aos professores: “Como você faz para diagnosticar as aprendizagens e necessidades dos seus alunos?”, “Como você acompanha o desenvolvimento dos estudantes ao longo do ano?” e “Quais mudanças você faz nas atividades de sala com base nos resultados das avaliações?”. Nas respostas, confirmei minha hipótese de que eles utilizavam prioritariamente a prova de fim de bimestre para avaliar a turma. Logo, percebi que precisava mostrar aos docentes que avaliar é identificar os conhecimentos e as dificuldades da criança durante todo o processo educativo.  Mas como fazê-lo?

Concluímos que há três ações essenciais:

Observar

O educador deve se atentar para o desenvolvimento da criança no cotidiano. Em cada atividade, verificar como os pequenos se relacionam entre si, se eles estão atingindo os objetivos esperados naquele momento e se teve algo que os atrapalhou ou confundiu na hora de executar a proposta, por exemplo. Com base no que foi detectado, deve-se criar outras oportunidades para que os alunos desenvolvam aprendizagens e, mais uma vez, observar o comportamento do aluno. Desse modo, será mais fácil entender de que maneira ele aprende e quais são suas reais dificuldades.

Registrar

Tudo o que foi observado deve ser registrado. Anotações, fotografias, vídeos e áudios de propostas realizadas na escola contêm informações a serem consideradas na hora de avaliar.  O registro deve ser diário ou, no máximo, semanal. Assim, o professor percebe o que a criança já faz com desenvoltura – e dá mais autonomia a ela – e no que ela se retrai – situações em que é preciso intervir. Quando o registro é feito com frequência, o docente tem a chance de ajustar rapidamente suas atitudes em prol da aprendizagem de cada aluno.

Documentar

O portfólio deve ser organizado e planejado com atividades realizadas ao longo de um determinado período. Ele não pode ser um depósito de trabalhos apenas para mostrar aos pais, mas um instrumento que ajuda na construção de saberes sobre a aprendizagens e as necessidades da criança. Ao olhar as atividades de um determinado período, podemos identificar no que houve evolução e no que o pequeno ainda não encontrou um caminho.

Depois desse estudo, a prova bimestral perdeu espaço, pois as professoras começaram a utilizar novas estratégias e a nota dos estudantes se tornou proporcional ao seu desenvolvimento. A avaliação ganhou o sentido de perceber o que o aluno sabe e o que eu – professor – posso fazer para ajudá-lo a chegar no objetivo de aprendizagem para aquele ano. Buscar quais as práticas pedagógicas que dialogam com o modo de aprendizagem de cada é tarefa do professor e nós – coordenadores – devemos auxiliá-los nela.

E vocês coordenadores, já conversaram sobre avaliações com seus docentes?

Até a próxima quinta-feira!

Eduarda