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Como organizar a escola para uma paralisação?

Entenda quais são as obrigações da gestão junto à comunidade antes de sua instituição entrar em uma greve ou paralisação

POR:
Laís Semis
Registro da Greve Geral em 15 de março de 2017, em Curitiba (PR). Essa será a segunda paralisação docente nacional neste ano. Foto: APP/Sindicato Paraná/Divulgação

As mobilizações para a Greve Geral no próximo dia 28/4 (sexta) já começaram. A expectativa é que diferentes categorias profissionais participem dos protestos contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista e a terceirização. Assim como ocorreu na paralisação do dia 15/3, os professores também devem aderir em peso às manifestações. Independente da escola optar por parar por um dia ou entrar em greve por um período maior, esse movimento pede algumas ações junto à comunidade escolar.

1) Mapeie a adesão
Para que a instituição consiga se organizar, os gestores precisam saber qual é a adesão dos funcionários ao movimento. “O conhecimento do quadro técnico ausente é essencial para o planejamento das decisões seguintes, como os informes à comunidade escolar sobre o que foi definido para aquele dia e organizar a reposição”, explica Edilson Martins, secretário adjunto de Educação em Alto Alegre de Pindaré, no Maranhão. “Normalmente, o que se recomenda é que os trabalhadores façam uma assembleia e tirem uma decisão comum”, considera Fernando Mendes, formador da Comunidade Educativa Cedac. “Quando não há consenso, a situação vai se complicando porque o trabalhador tem direito à greve, mas também tem o de não aderir. Como em ambas situações é preciso garantir o direito do aluno à Educação, a escola precisa pensar saídas para os dois lados”, complementa Fernando. Caso a equipe não tenha se organizado ou não chegue em uma decisão coletiva, o diretor pode fazer um levantamento junto aos funcionários. “Como aderir ou não é uma opção individual, essa conversa deve ser tranquila e livre de represálias”, complementa Edilson.

2) Combine previamente como será o dia da paralisação e a reposição
Se a escola estiver funcionando, mas com parte do seu quadro de funcionários comprometido, o ideal é que se planeje como será o dia de paralisação, o que será possível fazer com aquele número de profissionais disponíveis e como serão as reposições para garantir que os alunos não saiam prejudicados. “O diretor precisa ter uma posição democrática para encontrar uma solução efetiva para a realidade da escola. O mais importante é se estabelecer um consenso, que a conversa seja feita de maneira aberta e considerando todos”, fala Fernando.

3) Comunique aos pais e responsáveis
Como as famílias geralmente contam que os filhos estarão naquele determinado período na escola e muitos não aderem às paralisações, o ideal é comunicar com a maior antecedência possível para que possam se organizar. “Muitos não têm onde deixar a criança quando a instituição fecha em dia letivo. Eles contam com esse horário. Por isso, não dá para avisar os pais um dia antes que não haverá aula”, atenta Ana Cristina Gazotto, formadora de professores e coordenadores na Secretaria de Educação de Mogi Mirim, interior de São Paulo. “Se a escola conseguir se organizar com tempo, vale a pena fazer uma reunião com os pais para conscientizá-los do que se trata a greve, quais são as reivindicações e o por quê da participação dos professores”, indica. Outra preocupação da família costuma ser a reposição das aulas perdidas, por isso, o planejamento prévio sobre essas aulas deve ser contemplado nessa conversa.

4) Mantenha os alunos informados
Dependendo das etapas que a instituição trabalha, também é válido conversar com os estudantes sobre esse movimento. “Como o assunto está na mídia, possivelmente eles estão ouvindo falar sobre. Essa pode ser uma oportunidade da escola fazer uma roda de conversa e informá-los sobre como serão as atividades naquele dia”, diz Ana Cristina. Aqui vale também compartilhar os planos de reposição para que eles entendam que este não é um dia de folga e que estejam a parte do planejamento.

5) Avise a Secretaria sobre a decisão
É importante que os gestores comunique à Secretaria de Educação do estado ou município caso não funcione por um ou mais dias letivos. “Recomenda-se o envio de um ofício indicando que naquele dia a escola não estará funcionando por conta da paralisação”, explica Edilson. Como explica Fernando Mendes, além desta ser uma justificativa do fechamento, possibilita que se acompanhe como o movimento vai se dar na rede e também para que as Secretarias se planejem. “É importante para organizar merenda e transporte, por exemplo, e posteriormente pensar como isso dá na reposição do calendário letivo”, diz Fernando.

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