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O que você e sua escola fazem pela diversidade?

POR:
Joelma Souza
Crédito: Shutterstock

Semana passada me deparei com uma situação que me chamou a atenção. Conversando com uma aluna sobre sexualidade e gênero percebi que ainda há em nós (em mim!) alguns tabus que precisam ser discutidos, entendidos e quebrados. Apesar de “diversidade” ser um termo muito comentado, ainda é pouco trabalhado na essência da escola e deixa suas vítimas no dia a dia. Apenas pela questão da convivência, já é fundamental voltar nosso olhar para a diversidade (de gênero, raça, religião, configurações familiares...). Mas essa importância é reforçada pelo fato de que a convivência afeta a aprendizagem.

Precisamos nos debruçar mais sobre esse assunto para saber como desenvolver toda a comunidade em relações mais respeitosas e como contribuir no “aconselhamento” dos alunos que nos procuram para conversar sobre. Muitas vezes, nós, professores da “velha guarda”, sentimos uma certa resistência em abordar e nos aprofundar no tema. Raramente conversamos entre nós sobre. Com pouca frequência ampliamos a discussão em rede para encontrar os encaminhamentos e orientações que precisaremos e que possivelmente nos auxiliariam nessa caminhada.

Durante a conversa percebi que o preconceito da família é bem mais forte que aceitação entre seus colegas. O diálogo deixa de existir como se ao ignorar, a situação fosse se resolver. Porém a negação é a pior das atitudes para adolescentes e jovens que se sentem diferentes da maioria, porém são abertos e buscam saber sobre o assunto com amigos e internet. Falando com essa aluna me dei conta de que sei pouco sobre diversidade e que tenho contribuído muito pouco enquanto diretora para essa discussão dentro do espaço escolar. Diante disso, também me provoquei a pensar algumas ações para reverter esse quadro em nossa escola. Compartilho aqui com vocês e os provoco a refletir também sobre qual tem sido o papel de vocês em relação à diversidade:

- Rodas de conversas sobre o tema para identificar como o tema flui dentro do espaço escolar e a partir das observações pensar ações que possam contribuir para o respeito e melhora da convivência;

- Seminários ou projetos sobre o tema entre os alunos para também empoderá-los dessa discussão e serem agentes que propagam a boa convivência em sociedade. Posteriormente, esses projetos podem ser compartilhados entre a comunidade;

- Criar um ambiente de aceitação enquanto seres humanos e cidadãos, que tem seus direitos e deveres para com sua comunidade e nos tornando mais tolerantes ao que difere de nós;

- Reorganização do projeto político-pedagógico (PPP) para incluir propostas que amplifiquem espaços que privilegiam a diversidade, fazendo do tema uma ação institucional.

Não é uma tarefa fácil! Contudo, acredito que um das nossas atuações mais importantes se dá justamente em temas que a comunidade ainda desconhece ou não está dentro da rotina. Mobilizar e propor mudanças também fazem parte de nossa rotina. E você, amigo diretor, o que faz na sua comunidade quando o tema é diversidade? Gostaria de receber a sua contribuição para enriquecer e redimensionar a minha atuação. Sei que essa conversa é indispensável e acredito que juntos podemos fazer das escolas ambientes cada dia mais respeitosos. Aguardo sua contribuição!

Um grande abraço e até nossa próxima conversa,
Joelma