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Como auxiliar os professores na comunicação com a família

O coordenador deve incentivar o professor a se comunicar melhor tanto por escrito quanto pessoalmente

POR:
Camila Zentner
caderno fechado azul sobre superfície vermelha
Crédito: Pixabay

Há algum tempo, especialmente depois que a maioria das mães começou a trabalhar fora e diferentes configurações de família se tornaram mais comuns, a agenda passou a ser o maior instrumento de comunicação entre responsáveis e professores no dia a dia escolar. Embora o recurso tenha, em muitos lugares, tomado novas formas, como por meio de aplicativos de celular pagos ou gratuitos, a proposta de diálogo entre escola e família na essência é a mesma: a troca de informações por escrito.

Em escolas públicas, como é o meu caso, a agenda física, que geralmente é um caderno simples destinado a recados, é a comunicação oficial entre as famílias e os professores. Em média são 30 a 35 agendas para um único professor responder, o que exige um processo mais rápido e dinâmico, uma vez que é apenas uma das inúmeras demandas do dia de uma sala de aula.

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Diante desta realidade, não é possível escrever bilhetes na agenda de todos os alunos diariamente. O que geralmente acontece é uma seleção dos assuntos de maior relevância que devem ser levados aos responsáveis, tais como: mudanças na rotina da criança (recusou a refeição, apresentou um episódio de dor de barriga, ralou o joelho na aula educação física, etc.); convites para reuniões, festas e outros eventos; avisos sobre o funcionamento da escola; e até pequenos bilhetes explicativos sobre a proposta pedagógica da escola.

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As famílias, por sua vez, também aproveitam esse espaço para expor suas dúvidas e reclamações sobre o trabalho dos professores. São frequentes os questionamentos dos pais sobre episódios de conflitos entre as crianças, materiais perdidos na escola, metodologia pedagógica e postura do professor.

Receber críticas não é fácil, principalmente se estamos em um dia agitado e estressante de trabalho, o que por vezes é o retrato comum de uma sala de aula. Assim, o que era para ser um instrumento de diálogo entre pais e professores, geralmente é motivo de rusgas e frustração de ambas as partes. Com frequência sou solicitada, como coordenadora, para responder esses bilhetes, mesmo sendo endereçados ao professor.

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A seguir, elenquei algumas dicas que dou aos professores sobre os bilhetes e que considero que podem te ajudar, também:

Escreva os bilhetes de forma sucinta, clara e objetiva
Um recado escrito na agenda não traz junto a entonação de voz do professor. Da mesma forma, bilhetes muito longos podem gerar interpretações diferentes daquela que você queria gerar, por isso, o ideal é dar um retorno breve e chamar para uma conversa pessoalmente. Vale uma ligação telefônica ou aquela boa e velha conversa olho no olho.

Por menor que seja a situação, não deixe de comunicar os responsáveis
Mesmo com a correria do dia a dia de uma sala de aula, não deixe de reservar um tempinho para escrever sobre aquela situação que fugiu da rotina, como o desentendimento entre colegas, um pequeno machucado, uma atividade que não foi realizada no prazo estabelecido, etc. Essa é uma das maiores queixas que recebo dos pais enquanto gestora: a falta de comunicação dos professores.

Peça ajuda
Ao receber os questionamentos ou críticas dos pais na agenda, o ideal é que o professor sinta-se fortalecido para responder a todos eles, uma vez que tem segurança naquilo que está realizando. Isso vai se construindo ao longo da carreira e o coordenador pedagógico pode ter papel fundamental, sendo o parceiro que lê o bilhete e pensa junto formas de respondê-lo. No encontro pessoalmente com as famílias, o coordenador também deve estar ali para trazer essa segurança ao professor e ajudar no diálogo.

O que vale é nunca perder de vista a importância de manter (ou buscar formas de criar) a parceria com as famílias, que esperam ter da escola o retorno do que acontece com seus filhos durante o período em que os pequenos estão na escola. Para tanto, é preciso seguir buscando formas de estreitar cada vez mais esse canal de comunicação, na agenda e para além dela.

Um abraço,

Camila Zentner.

Camila Zentner Tesche é formada em Pedagogia com especialização em Educação Infantil pela Universidade de São Paulo (USP) e está na coordenação pedagógica da Escola da Prefeitura de Guarulhos Manuel Bandeira há 10 anos. A EPG atende a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I e, desde 2015, faz parte do mapa de escolas inovadoras do MEC.

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