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Como tornar a escola um ambiente mais seguro?

Projeto Institucional - Ensino Fundamental

Etapa de ensino: Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II

Resumo: Este projeto institucional tem como objetivo auxiliar as equipes gestoras a traçarem estratégias para trabalhar coletivamente questões relacionadas à segurança na Unidade Escolar e à conscientização da comunidade sobre a importância da temática.

Duração sugerida: Continuamente, o projeto tem a proposta de ser utilizado como ferramenta de melhora contínua para trabalhar a temática de segurança e o desenvolvimento de uma cultura de paz.

Objetivos gerais: Construir, colaborativamente e com a participação da comunidade, processos e ações que promovam e desenvolvam um ambiente escolar mais seguro.

Objetivos específicos

Equipe de gestão: Organizar e liderar o projeto de trabalho, provendo recursos, tempos e espaços para a realização das ações, além d

e cuidar do engajamento da comunidade escolar na execução.

Professores e funcionários: Participar ativamente das discussões e colocar as estratégias, construídas coletivamente nas etapas do projeto, em prática, juntamente com os estudantes e a comunidade escolar.

Estudantes: Executar as atividades propostas de forma colaborativa e autônoma, e refletir sobre os impactos da proposta na melhora da segurança.

Outros setores da comunidade escolar e do entorno da escola: Apoiar os estudantes e participar conforme as demandas expressadas nas etapas do projeto.

Materiais de referência

- Segurança na sociedade e nas escolas. Fonte: UFMT/Rede e-TEC Brasil. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/fevereiro-2016-pdf/33631-05-disciplinas-ft-ie-caderno-16-seguranca-sociedade-escolas-pdf/file. Acesso em: 03 de mar 2020.

- Segurança na escola. Manual para os gestores. Fonte: Secretaria de Educação de Campos. Disponível em: https://www.campos.rj.gov.br/arquivos/CARTILHASEGURANCAESCOLAR.pdf. Acesso em: 03 de mar 2020.

- Programa Brasil Cresce Seguro. Fonte: CEPED-UFSC. Disponível em: http://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2014/09/banner_programa_brasil_cresce_seguro-2.pdf. Acesso em: 05 de mar de 2020.

- Segurança nas Escolas. Fonte: Ministério da Educação. Disponível em: http://biblioteca.esec.pt/cdi/ebooks/docs/Seg_esc_desd.pdf. Acesso em: 05 de mar de 2020.

- Módulo 3: Parâmetros de avaliação e qualidade. Fonte: Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/7754/modulo-3-parametros-de-avaliacao-e-qualidade. Acesso em: 20 fev 2020.

Etapa 1 - Preparação

Antes de iniciar a atividade, é importante que a equipe de gestão da escola realize um mapeamento dos aspectos relacionados à segurança que afligem o dia a dia e que podem se configurar como um risco à segurança das pessoas que estão no cotidiano escolar. Conflitos, ocorrências disciplinares, casos de mau uso da internet e das redes sociais e atos de violência dentro e fora dos muros são exemplos dos mais variados assuntos que podem surgir nessa coleta inicial. O grande objetivo é construir um “mapa da violência”, que será discutido, ampliado e trabalhado com os estudantes e com a comunidade em busca de, coletivamente, construir uma cultura de paz na Escola.

De posse das situações-problema que podem ser trabalhadas, é importante que a equipe gestora inicie o processo de criação de grupos de trabalho que contemplem os mais diversos segmentos da comunidade escolar, garantindo o compartilhamento de visões e responsabilidades, componentes necessários na gestão democrática para o alcance dos resultados desejados. Caso observe no mapeamento inicial questões relacionadas à violência que envolva ocorrências policiais, não se esqueça de convidar, também, os órgãos de segurança que atendam _à sua escola, como Patrulha Escolar, Polícias Comunitárias, conselheiros tutelares e demais atores, para que se possa promover um ambiente produtivo. 

Considere  o projeto político-pedagógico (PPP) e outros documentos norteadores da educação durante esse processo, para balizar a tomada de decisões e identificar projetos já existentes na unidade de ensino que apresentam potencial para auxiliar durante o percurso de trabalho. 

 

Etapa 2 - Mobilização da comunidade escolar

Conduza a mobilização da comunidade escolar para a construção do mapa da violência com a finalidade de garantir o fortalecimento da democracia na escola. Dessa forma, é importante que a sensibilização da comunidade seja planejada de modo a engajar e inspirar todos sobre a participação nos grupos de trabalho e da importância de cada um no sucesso dos processos educacionais.

Para alinhar os objetivos da atividade, é importante que a equipe gestora da escola prepare uma sensibilização dos participantes com a finalidade de discutir o que é violência e como ela impacta no processo de ensino e de aprendizagem de um estudante. Este momento é fundamental para levar os participantes a compreenderem o objetivo da Escola dentro da proposta, e enxergarem a importância de uma cultura de paz na comunidade, não confundindo os objetivos propostos na atividade com a resolução de conflitos externos relacionados à lei e criminalidade.

Sugerimos a realização da atividade a seguir, para sensibilização da comunidade escolar:

Sensibilização – Memórias do dia a dia

1 Distribua aos participantes uma folha que traz, como título, “Memória da violência”, e as seguintes questões propostas:

- O que é violência para você?

- No último ano, alguma pessoa próxima a você foi vítima de violência?

- Algum caso de violência aconteceu na Escola ou no bairro e te marcou?

- Em sua opinião, existe alguma maneira de resolver a violência?

2 – Agora, distribua dois pedaços de papel com fita autoadesiva na parte traseira (ou Post-its) e solicite aos participantes que troquem entre si os formulários. Solicite que registrem, em um dos papéis, uma palavra que sintetize a percepção sobre a violência que o outro registrou no formulário, e, no outro pedaço, uma palavra que sintetize qual foi a maneira proposta para resolver a violência.

3 – Durante o momento anterior, fixe na parede as palavras “segurança” e “violência”. Peça aos participantes que, ao terminarem os registros, fixem eles  em volta das palavras, criando uma nuvem de palavras que proporcionará uma reflexão sobre o dia a dia da comunidade.

Exemplo de nuvem de palavras:

Fonte: Palavras, palavras, palavras: https://humanidadesdigitais.org/2013/05/10/palavras-palavras-palavras/. Acesso em 11-02-2020

4 – Para finalizar a atividade, promova uma roda de conversa buscando a reflexão sobre como a violência e a segurança alteram o cotidiano da Escola, e apresente o mapeamento realizado pela equipe gestora na etapa da preparação.

Esta sensibilização inicial é importante para auxiliar na constituição de um espaço de trabalho em que todos os atores possam refletir e compreender a necessidade de construir uma cultura de paz na escola, buscando inserir a contribuição da comunidade dentro desta jornada e a transformação do mapa da violência em um mapa da paz, a longo prazo. 

Possivelmente, relatos duros serão ouvidos durante essa etapa. É importante que a equipe pedagógica conduza este momento de reflexão, realizando apontamentos sobre a percepção dos participantes e acolhendo as falas, sem qualquer julgamento e sempre agradecendo a confiança depositada na Escola. Busque construir, coletivamente, formas de fortalecer o espaço escolar, transformando em um local de segurança e acolhimento da comunidade.

Etapa 3 - Diagnóstico

Em posse da coleta inicial de dados, realizada pela equipe gestora e com as reflexões efetuadas no momento anterior, a mão na massa proposta estrutura-se com os grupos de trabalho constituídos. Ela proporcionará a construção e reflexão de um diagnóstico preciso em busca de auxiliar na resolução dos problemas elencados.

De acordo com os grupos de trabalho estruturados, oriente-os a realizarem uma leitura coletiva do mapa da violência e segurança criados, buscando responder a seguinte pergunta: como tornar a escola mais segura?.  É importante dar liberdade aos grupos durante esta etapa, pois o ponto de partida desse diagnóstico é o mapeamento da etapa anterior, mas, os grupos podem configurar outros problemas em seus debates. 

Etapa 4 - Plano de ação

Os grupos devem refletir e definir quais são os aspectos mais factíveis e importantes de ser resolvidos, levando em consideração a duração, a complexidade e os recursos disponíveis para as ações. É o momento de iniciar o plano de ação, sendo essencial que tenham em vista os limites da ação que será realizada sem colocar em risco seus participantes. 

É interessante que a equipe gestora norteie os grupos dentro do fluxo de trabalho e auxilie na gestão da atividade, estando disponível para eventuais dúvidas e como ponto de segurança para o desenvolvimento das atividades.

Caso a equipe de gestão identifique problemas no desenvolvimento de ações, deixamos três sugestões que podem auxiliar os grupos nessa etapa. Elas podem variar, desde a criação de um guia, ilustrado ou digital, sobre segurança na escola (veja exemplo mais abaixo), até ações coletivas de maior porte, como uma campanha de mobilização em toda a comunidade ou mutirão de apoio da comunidade para melhorar aspectos da segurança na escola.

1 – Guia Segurança na Escola – Ilustrado ou digital, o material pode abordar aspectos sobre saídas de emergência, como proceder em casos de violência, fogo e emergências.

2 – Caminhada pela Paz - Se o problema for a violência no entorno da escola, não é razoável idealizar ações diretas de enfrentamento a elas. Todavia, podem ser criados projetos para sensibilizar estudantes, funcionários e suas famílias, sobre como agir em situações de risco e chamar a comunidade a participar de mobilizações como uma caminhada que chame a atenção sobre a necessidade de paz para as Escolas. 

3 – Problemas estruturais - Os participantes podem idealizar formas de angariar recursos para uma reforma da instituição, ou idealizar uma campanha para sensibilizar a prefeitura (ou a instância de gestão responsável) para os problemas da escola. Caso existam profissionais (bombeiros, engenheiros, pedreiros etc.) participando do projeto, eles podem encabeçar ações de melhoria estrutural.

4 - Vídeos e programas – Outra possibilidade é a produção de uma série de vídeos, protagonizada pelos participantes da atividade e em formato jornalístico, em que a temática seja desenvolvida e partilhada com toda a comunidade escolar.

De posse da temática a ser trabalhada e os pontos que vão desenvolver, é hora de colocar a mão na massa e construir o plano de ação que elencará as responsabilidades, em cada uma das etapas, os recursos e tempos que serão necessários.  

A construção dos planos de ação é um momento relevante na solução dos problemas observados nas Unidades de Ensino. Com ela, gestores e educadores têm a possibilidade de criar o sentimento de responsabilização pelos problemas da escola, superando atitudes de culpabilização do outro e de terceirização de problemas, de modo que a interação entre os membros da escola - respeitando-se as responsabilidades e papéis específicos de cada um - pode fortalecer a construção dessa percepção, transformando os planos de ação em um quadro de ideias possíveis de serem executadas por todos os integrantes.

Caso a escola já tenha seu modelo de plano de ação, utilize-o em virtude da familiaridade com o documento, pois não haverá necessidade de novos saberes serem envolvidos. Caso contrário, utilize o plano de ação do link abaixo para condução do projeto.

Plano de ação: https://docs.google.com/document/d/1kg4xCLxXyzSNu_cWifIy_9fa2yvcFw9My-l3H_ImNbU/edit

Etapa 5 - Acompanhamento do projeto

O acompanhamento deve ser feito ao longo de todo o processo. É importante que os grupos de trabalho elejam líderes para estarem próximos à equipe gestora da Escola dentro deste monitoramento. A construção de rubricas de qualidade para a avaliação das etapas do projeto pode ser interessante, a partir do momento que estabelecem padrões e objetivos a serem atingidos ao longo do processo de trabalho. Caso não conheça como construir rubricas de qualidade, acesse o material disponível na seção “Para saber mais”, e aprenda como desenvolver esta ferramenta que auxilia no acompanhamento e execução de projetos.

É importante que a gestão da escola estabeleça um calendário de acompanhamento por etapas para as equipes apresentarem os resultados alcançados. Provoque os grupos a refletirem sobre o processo vivenciado, os desafios enfrentados, aspectos da participação e do trabalho colaborativo, realizando um alinhamento do plano de ação, apontando as ações que foram bem-sucedidas, as que poderiam ser realizadas de outra maneira e quais necessitam de reprogramação para que aconteçam de maneira adequada.

Para saber mais:

Como construir uma rubrica de qualidade?

Módulo 3: Parâmetros de avaliação e qualidade. Fonte: Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/7754/modulo-3-parametros-de-avaliacao-e-qualidade. Acesso em: 20 fev 2020.

Etapa 6 – Avaliação e apropriação de resultados

A avaliação deve ser contínua, para que o projeto possa ser aprimorado enquanto estiver em desenvolvimento. Rodas de conversa, uso de ícones como emoticons e frases a serem completadas podem ser algumas das estratégias de avaliação rápidas, que podem acontecer ao longo do projeto e orientar tomadas de decisão no processo. 

Ao final, é necessária a realização de uma criteriosa avaliação com os grupos, fazendo um balanço dos resultados conquistados por meio do projeto, tendo em vista os seus objetivos. É importante identificarem os desafios que enfrentaram e soluções encontradas, como forma de fortalecer a equipe para novos projetos. Para tanto, pode ser elaborado um questionário com perguntas organizadas em um formulário do Google Forms para os participantes do projeto preencherem. Depois, será preciso sistematizar, analisar os dados e dar devolutiva com base neles, de modo que todos se apropriem desses resultados. 

O registro das etapas é muito importante. Esse é o momento de compartilhamento dele, tornando-se boa fonte de apoio e consulta para experiências posteriores, servindo como ponto de partida para novas atividades para, continuamente, serem avaliados as estratégias e o impacto na comunidade escolar, valorizando a construção coletiva e a participação de todos e todas.