Orientação educacional potencializa a formação docente
Informação trazida pela orientação educacional sobre os alunos e as famílias intensifica as ações formativas
POR: Catarina IavelbergQuando em uma escola existem os cargos de orientador educacional e coordenador pedagógico, o trabalho pode fluir mais, pois o primeiro geralmente fica responsável por cuidar das questões relativas aos alunos e suas famílias, e o segundo, da formação dos professores. Ter funções definidas para cada uma dessas posições é saudável, mas isso não significa, em hipótese alguma, que não deva haver interação entre esses profissionais. Ao contrário, é fundamental que ambos compartilhem os objetivos institucionais e planejem ações conjuntas para realizá-los de forma a assegurar a aprendizagem dos alunos.
A parceria desses profissionais ajuda a intensificar as ações formativas da equipe. Por exemplo, no que diz respeito à falta de engajamento dos pais na vida escolar dos filhos - apontada pela pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita sobre o perfil dos coordenadores pedagógicos como uma das principais preocupações. Responsável pela mediação com as famílias, o orientador educacional tem facilidade para investigar o que as afasta e o que as aproxima da escola. De que elas mais gostam e o que menos as agrada na instituição? De que tipo de evento (reunião, formatura, festivais, exposições, oficinas) preferem participar? Que preocupação têm em relação aos filhos e que assuntos gostariam de discutir com os professores?
O orientador também pode fazer um levantamento de textos, filmes e imagens e promover um debate entre os membros da equipe sobre as características da família moderna, suas diversidades e os impactos desses fatores na Educação escolar. O objetivo de uma ação como essa seria dar subsídios para o coordenador compreender eventuais dificuldades da comunidade em frequentar a escola e ajudar os professores a construir uma nova relação com os pais.
Além disso, o orientador pode compartilhar com o coordenador os desafios de aprendizagem e de sociabilidade dos alunos com necessidades educativas especiais. O seu conhecimento sobre as características de síndromes, déficits ou transtornos que afetam a aprendizagem certamente auxiliará a equipe docente no planejamento e no acompanhamento de atividades segundo cada caso. É possível também à orientação levantar os problemas de convivência sensíveis a cada série ou nível de ensino - como as relações de gênero, os preconceitos, o consumo, a violência, as drogas e a sexualidade - e debatê-los com o coordenador. Esses dados são úteis para discutir com os professores o modo e o momento mais apropriado para introduzir cada um dos temas no currículo.
Observar o movimento da escola e da sala de aula para conhecer a interação entre os alunos e entre esses e os professores é um dos papéis do orientador. Seu olhar sobre as relações que ocorrem nesses espaços certamente contribui com o trabalho do formador, que terá mais elementos para orientar os docentes sobre as possibilidades de gestão do tempo e do espaço segundo as atividades propostas e os objetivos de aprendizagem. Em todas essas situações, é possível colher bons frutos para a comunidade escolar, desde que haja a interação entre o trabalho dos gestores e o espírito de equipe para analisar e resolver os problemas.
Catarina Iavelberg
É assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação.
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