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Blog Aluno em Foco

Questões sobre orientação educacional, ética e relacionamentos na escola

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Trabalho em grupo e trabalho em equipe: há diferença?

POR:
Flávia Vivaldi

Foto: Shutterstock

O carnaval acabou! Mas enquanto eu assistia aos desfiles das escolas de samba pela televisão um pensamento me acompanhava: “olha o que um trabalho em equipe é capaz de fazer!” Imediatamente transportei esse pensamento para o contexto da Educação – coisa de educador sempre associar qualquer tema a seu principal foco, o aluno! Mas, veja, se pararmos para analisar o que há por trás de cada desfile, logo chegaremos à conclusão de que há trabalho e espírito de equipe – equipe, e não somente grupo.

Nós já comentamos sobre a necessidade de promover as atividades em grupos na sala de aula, mas podemos nos aprofundar mais e refletir que o verdadeiro sentido que queremos dar para as atividades coletivas não é o de grupo e sim o de equipe. Há diferença? Sim, qualitativa. Analisar os termos pode nos ajudar a selecionar propostas favoráveis a essa modalidade de trabalho.

Um grupo não garante o exercício da cooperação por si só, mesmo que seus integrantes estejam focados em um mesmo objetivo. Ou seja,não necessariamente haverá trocas entre os pares, transparência e clareza nos papéis e cada membro executa – ou não – sua tarefa sem que haja uma reflexão sobre o todo. Costumamos dizer que essas são atividades no formato pizza, ou seja, quando cada um é responsável por sua fatia, correndo-se o risco, inclusive, de não haver combinação entre elas, o que pode comprometer o resultado final.

Já uma equipe age com transparência e define claramente os papéis, unindo o que é necessário para a realização do trabalho com os aspectos nos quais cada integrante se destaca, como, por exemplo, criatividade, organização e assertividade. Em outras palavras, uma equipe define coletivamente, pelo diálogo, qual a melhor contribuição que cada um pode dar. Além disso, todos estão dispostos a se ajudar quando necessário, superando a ideia de divisão de tarefas. Os membros substituem o “vou fazer o possível” por “vou fazer o melhor”, sugerindo, assim, a inclusão do potencial pessoal que nem sempre tem espaço para aflorar.

Voltando ao exemplo do carnaval, imaginem quantas pessoas deram seu melhor para que os enredos ganhassem vida na avenida. Eles reconheceram, consideraram e harmonizaram as diferenças, articulando os diversos fazeres e saberes. Dessa maneira, além da concretização do trabalho, têm-se um resultado ainda mais significativo que é a conquista do sentimento de pertencimento, quando nos orgulhamos de perceber que somos parte fundamental do todo. Lembrando que o todo diz respeito ao resultado da escola e não de alas isoladas. A harmonia e evolução da instituição devem ultrapassar as salas de aula, chegando aos seus diversos espaços, relacionando-se com toda a comunidade por meio de um contrato silencioso que prevê o respeito à diferença e dignidade de cada um.

Não há dúvida de que desejamos para nossos alunos a competência para o trabalho em equipe! Resta saber se as propostas apresentadas a eles permitem esse exercício. Há espaço para que conheçam e reconheçam seus potenciais? E para que ajam e se sintam pertencentes a uma equipe?

E você, o que pensa sobre os trabalhos coletivos? Considera uma proposta fácil de ser desenvolvida? Deixe sua contribuição em nosso espaço.

Cumprimentos mineiros e até a próxima sexta-feira!