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Alfabetização: as sondagens de hipótese de escrita

A sondagem de hipótese de escrita busca acompanhar os avanços das crianças na aquisição da base alfabética

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
A sondagem de hipótese de escrita busca acompanhar os avanços das crianças na aquisição da base alfabética
A sondagem de hipótese de escrita busca acompanhar os avanços das crianças na aquisição da base alfabética    Crédito: Getty Images

Quando assume uma turma de alfabetização, o professor deve descobrir o que cada aluno da sala sabe sobre o sistema de escrita antes de começar o planejamento das atividades. Esse trabalho é chamado de sondagem de hipótese de escrita e busca acompanhar os avanços das crianças na aquisição da base alfabética.

Sempre que falo do assunto com os professores alfabetizadores da minha escola, nas reuniões de formação, faço questão de levantar a discussão a respeito de três aspectos bastante importantes.

1- Para que serve a sondagem de hipótese de escrita?

A sondagem funciona como um diagnóstico sobre quais e quantos alunos se encontram em cada hipótese de escrita: pré-silábica, silábica sem valor sonoro convencional, silábica com valor sonoro convencional, silábico-alfabética e alfabética.

Com o diagnóstico em mãos, o professor pensa em agrupamentos produtivos, unindo crianças que se encontram em hipóteses de escrita próximas, e planeja as atividades adequadas para que todas as crianças avancem até se tornarem alfabéticas, ou seja, compreenderem o sistema de escrita.

2- Como se faz?

A sondagem é uma atividade feita individualmente e consiste em ditar para as crianças uma lista de palavras de um mesmo campo semântico, como bichinhos de jardim, flores, frutas ou animais. Atenção! Todas as palavras utilizadas nas atividades de sondagem devem ser inéditas para os pequenos. Isso significa que elas não podem ser as mesmas utilizadas em outras atividades. Senão, as crianças terão a escrita de memória e, assim, a sondagem nos dará resultados errados.

O ditado dos termos deve seguir uma ordem, de acordo com seu número de sílabas: polissílaba, trissílaba, dissílaba e monossílaba. Ao final, também se dita uma frase em que uma das palavras (trissílaba ou dissílaba) esteja presente. Existe uma lógica para isso. As crianças que se encontram em conflito com relação ao número de letras podem não querer escrever palavras menores e desistem logo no começo da sondagem.

Após a escrita de cada palavra, a criança também deve lê-la em voz alta. A leitura ajuda o professor a verificar como ela está pensando a respeito do sistema de escrita e se estabelece relação com o que escreveu e o que falou.

3- Quando se faz?

Na minha escola, oriento os professores a realizar a sondagem de hipótese de escrita no início do ano letivo e a cada dois meses depois dessa data. Isso porque essa atividade está a serviço da avaliação diagnóstica e do planejamento de aulas para que a criança avance no sistema de escrita alfabética. Além disso, serve para o professor fazer o registro da evolução de cada aluno.

A partir do momento em que a criança se torna alfabética, não há necessidade de continuar fazendo a sondagem, pois os desafios são outros e os diagnósticos também.

E vocês, coordenadores, orientam os professores a realizar a prática de sondagem de hipóteses de escrita na sua escola?

Beijos, Maria Inês