Ideb: melhoria nos anos iniciais e estagnação no Ensino Médio
Ministério da Educação divulgou série histórica com dados de 10 anos
POR: Anna Rachel FerreiraO Ministério da Educação (MEC) acaba de divulgar os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, completando uma série histórica de 10 anos. Os destaques são o avanço nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a estagnação do Ensino Médio.
Nos anos iniciais, houve um salto de 3,8 para 5,5 pontos no Ideb geral do Brasil, sendo que o desempenho na Prova Brasil foi de 4,58 para 5,93. Segundo Ernesto Martins Faria, gerente de projetos da Fundação Lemann, é necessário considerar políticas públicas como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) e o Ensino Fundamental de nove anos ao olhar para esse número.
Especialistas indicam, no entanto, que é necessário analisar se o nível de exigência já não está ficando ultrapassado. Se há alguns anos se diria impossível que muitas escolas alcançassem uma nota acima de 8, hoje há uma rede inteira, da cidade de Sobral, no interior cearense, com 8,8 pontos.
Ensino Médio em baixa
A repercussão mais intensa ficou a cargo do Ensino Médio que se mantém estagnado, com poucas variações e num nível bastante baixo. Evoluiu apenas de 3,5 para 3,7, mas chegou a esse número em 2011 e não subiu mais. Os dados causaram comoção. O ministro Mendonça Filho escreveu em seu Twitter: “O resultado do Ensino Médio é uma catástrofe pra nossa juventude. Vamos pedir urgência na tramitação do projeto de reforma do Ensino Médio”. Na sequência, ele ainda afirmou que pretende votar a reforma dessa etapa de ensino ainda neste ano nem que precise pedir uma medida provisória ao presidente Michel Temer.
O resultado do ensino médio é uma catástrofe pra nossa juventude. Vamos pedir urgência na tramitação do projeto de reforma do ensino médio
— Mendonça Filho (@mendoncafilho) 8 de setembro de 2016
O cenário do Ensino Médio é resultado do desempenho das redes pública e particular. Eduardo Deschamps, diretor do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), comentou que essa situação generalizada mostra que o modelo estrutural dessa etapa de ensino tem problemas.
Olhando separadamente, a rede pública teve um crescimento tímido, indo de 3,1 para 3,5 de Ideb, enquanto a rede privada teve uma pequena queda de 5,6 para 5,3 pontos. Anna Helena Altenfelder, superintendente do Cenpec, fez uma ressalva: “Isso se deve também aos inúmeros desafios que ainda precisam ser enfrentados nos anos finais do Ensino Fundamental, onde muito pouco se avançou”. Destaque também feito por Ernesto que mostrou como ponto de atenção o fato dos anos finais não acompanharem a onda de crescimento da etapa anterior, apresentando um aumento de 3,5 para 4,5 nesse decênio.
Nas próximas semanas, GESTÃO ESCOLAR fará uma série de publicações com aprofundamentos dos dados divulgados hoje.
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