Trabalhar diretamente com pessoas, em qualquer profissão, exige saber se relacionar. Ao longo desses anos atuando em escola, percebi que, nesse local, existem muitas pessoas que exercem diferentes papéis e que, cada uma que participa dessa cadeia de relacionamentos, tem características, valores e expectativas próprias. Cabe aos gestores conduzir, liderar e agir de maneira que a convivência de todos aconteça da melhor maneira possível.
O coordenador pedagógico lida diretamente com os professores. Ele se ocupa da formação docente, da orientação nos planejamentos, da discussão sobre encaminhamentos da prática, do acompanhamento das aprendizagens dos pequenos e muitas outras atividades. É bastante trabalho, não é? E ele será muito mais eficiente se a relação com os professores for de respeito, apoio, reconhecimento e cumplicidade.
Mas como garantir essa boa conexão no dia a dia? Fiz uma lista de ações que acredito ser importante para qualquer coordenador.
Saber o papel de cada um. Ser coordenador nos coloca na posição de ser mais responsável, de ter atitudes que acolhem e incluem todos os professores. No relacionamento com esse profissional, é preciso ceder e buscar o entendimento. Fazendo uma referência a Sigmund Freud (1856-1939), o coordenador atua como o adulto nessa relação.
Valorizar o professor. Reconhecer o trabalho, distinguir uma atividade efetuada e parabenizar pela organização da sala são algumas das atitudes que precisamos assegurar. Elogios podem e devem ser feitos publicamente, ao contrário de algumas críticas ou orientações pontuais, que devem ser feitas no particular. É preciso ter muito cuidado para equilibrar os elogios e não os fazer muito a um docente e nunca ao outro. Se há uma coisa que aprendi é que todo mundo faz algo muito bem e sempre podemos aprender com o outro. Será o olhar atento e respeitoso do coordenador que notará o que cada um tem de especial.
Ser um condutor e um facilitador. Muitas vezes, no dia a dia da escola, temos que liderar tomadas de decisões nas quais os professores estão divididos. Em algumas ocasiões, até surgem atritos e mal entendidos entre o grupo da manhã e da tarde, entre novatos e veteranos. Decidir sozinho, sem conversar com ninguém, ou apenas falar com a direção, nunca é uma boa solução. São nesses momentos que o papel do coordenador precisa incluir todos na decisão, ouvir os que são a favor e os que são contra a questão, balizar os argumentos, tendo sempre bem claro qual é o papel da escola e o que é melhor para os alunos.
Aprender sempre e assumir que não sabe. Ser coordenador de um grupo não significa saber tudo. Muito pelo contrário, a cada dia que passa tenho mais clareza de que sei muito pouco e que sempre aprendo com o professor. Assumir o não saber e falar que refletirá e pesquisará melhor quando um docente traz uma pergunta ou apresenta uma situação mais complexa são atitudes que já tive várias vezes ao longo da minha carreira. Inclusive, já compartilhei aqui que meu maior desafio é o eixo de Música. Sempre peço ajuda aos meus colegas que entendem mais desse eixo do que eu, seja para entender melhor um conteúdo ou para procurar auxílio durante o planejamento de uma formação.
Respeitar e acolher o ser humano. Ações como cumprimentar o professor diariamente, conhecer as particularidades dele, saber a hora de falar e a hora de ouvir e perguntar se ele precisa de ajuda quando ele está visivelmente abatido com alguma situação que está vivenciando ajudam a cultivar um bom relacionamento com a equipe.
Bom, essas são algumas das atitudes que acredito serem capazes de melhorar a convivência e assegurar o respeito e a valorização do professor. Certamente, existem outras que também fazem a diferença. Você tem alguma sugestão?
Um abraço, Leninha