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Amplie o universo cultural dos professores

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Crie momentos em que os professores entrem em contato com diferentes livros, músicas e obras de Arte   Foto: Getty Images

Aumentar o contato dos alunos com a cultura em todas as etapas é uma das responsabilidades da escola. Na Educação Infantil, por exemplo, o mundo literário, as linguagens artísticas, as brincadeiras e as conversas fazem parte do dia a dia e trazer tudo isso para a sala de aula é uma premissa para ser professor.

Infelizmente, nos últimos anos, tenha percebido que muitos profissionais têm apresentado cada vez menos conhecimento sobre diversos aspectos culturais, da literatura à brincadeira popular. E claro que isso se reflete na qualidade das propostas que eles fazem para as crianças em sala de aula.

A primeira vez que tomei consciência disso foi durante um projeto de formação sobre literatura. Num grupo de 16 professores, apenas quatro tinham lido algum livro nos últimos meses. Muitos nunca tinham ouvido falar de autores da nossa literatura, como Clarice Lispector, e de livros clássicos de literatura infantil, como Flicts, de Ziraldo. Em outra ocasião, numa oficina de brincadeiras infantis, os professores não sabiam brincar de queimada, pula elástico e mãe da rua e disseram que só estudaram essas brincadeiras na faculdade.

O que fazer?

Assim como a escola se responsabiliza por ampliar o universo cultural dos alunos, ela também deve fazer isso por sua equipe. Por isso, o coordenador pedagógico pode prever momentos e ações de imersão na cultura nos projetos de formação. Nem que esses momentos durem poucos minutos no início dos encontros, com a leitura de um poema, a escuta de uma música ou a divulgação de um evento cultural da cidade.

No projeto de formação sobre literatura, por exemplo, eu propus momentos de leitura compartilhada nas reuniões e a presença permanente de uma caixa com crônicas, romances e resenhas desses livros na sala dos professores. Assim, o grupo se sentiria incentivado a ler mais, já que estaria com tudo ali, pertinho e disponível.

Quanto às brincadeiras, elas foram vivenciadas na própria oficina e ficou de tarefa para os professores aprenderem algumas com as próprias crianças. E os pequenos conhecem muitas!

Para o segundo semestre, quero ampliar ainda mais os horizontes e, nas reuniões já previstas sobre Arte com foco em projetos didático, incluir pautas sobre história da Arte e apreciação de pinturas nacionais e internacionais. Afinal, essa é – ou deveria ser – uma prática bem recorrente com as turmas de Educação Infantil. Além disso, quero organizar algumas visitas culturais a espaços da cidade, como galerias de exposição e museus. Mas lembre-se: tudo isso deve ser feito no horário destinado à formação.

Vale também dizer que o próprio coordenador pedagógico deve buscar aumentar seu contato com os diferentes aspectos da cultura. Então, eu sempre leio muito e, como tenho muito interesse por Artes Visuais, programo visitas a exposições em São Paulo com minhas amigas. As próximas que quero ir são “Mondrian e o movimento Stijl” (clique aqui para saber mais), sobre o pintor holandês Piet Mondrian –inclusive, ele é uma boa referência para trabalhos com os pequenos (leia mais aqui) – e “O mundo de Tim Burton”, sobre o cineasta americano (saiba mais aqui).

E, por experiência própria, posso dizer que, quando ficamos encantados com uma boa história ou deslumbrados com algum artista, facilmente contagiamos quem está ao nosso redor.

E você, investe na ampliação cultural contínua dos professores? Como?

Um abraço, Leninha