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Que tipos de projeto um gestor novato pode desenvolver?

POR:
Joelma Souza
O trabalho com projetos pode ajudar o diretor a resolver demandas da escola e também engajar alunos e funcionários. Crédito: Rafael Araújo

Iniciar uma nova etapa na vida profissional é sempre um desafio. Ao pensar neste tema, me recordei da minha própria trajetória, quando encarei pela primeira vez o cargo de diretora. Acredita-se (e eu concordo) que quem já viveu na pele a docência tem mais condições de trabalhar na gestão do que quem nunca entrou na sala de aula. A atuação prática faz muita diferença como referência para entender a realidade da escola. Mas, apesar de essa experiência ser válida e colaborar, cada ocupação é uma nova experiência e tem seus próprios desafios.

Recordo-me que a cabeça estava cheia de ideias a serem colocadas em práticas, porém a idade e o novo me traziam um pouco de medo. Não era só dizer o que fazer, era preciso mostrar como, quais os caminhos a serem seguidos para atingir os objetivos. Mas a dedicação – aliada a escuta, estudos e troca de experiências com outros gestores – vai se transformando em confiança e se refletindo nos trabalhos. Assim, aos poucos, fui me inserindo e apresentando propostas pedagógicas necessárias para o desenvolvimento de práticas educativas.

O trabalho com projeto sempre será uma prática que estabelece uma ação continuada e de retorno imediato. Quando um diretor novato se identifica com esta prática, ganha um aliado para contribuir com sua atuação, podendo propor ações para demandas que exigem mudança ou que precisam ser priorizadas dentro do espaço escolar.

Um ponto importante sempre será a sensibilidade em perceber que os projetos não podem interferir mais que o necessário na rotina de sala de aula e que o diálogo é fundamental. O envolvimento e a aproximação com os alunos é um ponto determinante para a elaboração e práticas em que os próprios são agentes transformadores desses momentos. Compartilho algumas situações que já testei e que puderam contribuir para a relação com a escola:

Gincana educacional
Como em todas as propostas que envolvem a comunidade escolar, as atividades de uma gincana precisam fazer sentido e ter objetivos claros. Mesmo se tratando de um momento de descontração, é interessante que ele possa oferecer novas aprendizagens aos envolvidos. Dependendo do objetivo, é possível planejar uma atividade pré-agendada em que os estudantes são desafiados sobre todas as áreas do conhecimento ou com um foco específico. E, pensando no gestor, a gincana é um bom momento para integração entre estudantes e funcionários da instituição, bem como entre a própria equipe gestora e corpo docente.

Feira do conhecimento e/ou cultural
Este é um projeto bem bacana para se desenvolver na escola porque envolve toda a comunidade. Embora exija muito planejamento, uma feira é compartilhada com diferentes atores da escola. No evento, a socialização do conhecimento é peça fundamental da atividade, mas por trás dela também há muita pesquisa, desenvolvimento de habilidades e da autonomia para pesquisar temas e subtemas do cotidiano ou específicos de uma área. Neste link, você encontra o passo a passo para fazer uma Feira de Ciências, mas a estrutura é adaptável para outras feiras temáticas, de acordo com os objetivos de cada escola.

Roda de conversa
É sempre bom estabelecer diálogo entre todos: equipes administrativa, gestora e docente e alunos. Esses momentos contribuem para a corresponsabilidade de todos, seja nas situações-problema como nas soluções observadas. A metodologia é muito usada com crianças, mas funciona bem para adultos. Veja aqui um passo a passo de cinco itens para colocar em prática uma roda de conversa na sua instituição.

Espaço de aprendizagem
O espaço físico também é espaço pedagógico e vale investir nele. Esta atuação garante que a comunicação visual e de interação do seu projeto pedagógico. Neste contexto, cartazes e produções dos alunos precisam estar à vista na sala de aula e espaços coletivos para comunicar suas ações pedagógicas, assim como os murais informativos.

Projeto de interesse da clientela
Manifestações culturais, como música, dança e capoeira, por exemplo, podem ser de interesse dos alunos. Por isso é importante observar o que a criançada gosta e oferecer também novas possibilidades de ações que irão contribuir para sua vida diária e acadêmica. No nosso município, a prefeitura está sempre atenta e disposta a fecha parcerias em novas propostas que contribuam, assim como a própria comunidade, quando bem sensibilizada, pode contribuir significativamente para as práticas escolares. É possível, por exemplo, mobilizar voluntários locais para desenvolver projetos culturais na escola.

Deixo aqui também uma sugestão de leitura sobre “O que é um projeto institucional” que pode nos ajudar a refletir sobre todo esse processo e como começar a colocar a mão na massa! Por fim, vale reforçar que o planejamento é essencial para sair do papel e virar prática, mas é preciso ter flexibilidade para poder dar novos direcionamentos ao decorrer do percurso e criar novos projetos sem medo de errar ou inovar.

E você, querido colega, o que tem feito para iniciar um bom trabalho na direção ou propor novas possibilidades de atuação para melhorar a aprendizagem? Compartilhe suas experiências e contribua com outros gestores que se encontram nesta missão de gerenciar uma escola pública. Aguardo sua contribuição e até quarta-feira que vem.

Um grande abraço,
Joelma