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O que os nossos leitores pensam sobre o Dia das Mães

E aí, é bom ou não celebrar a data nas escolas?

POR:
Renan Simão
Celebração de Dia das Mães na escola Luiz Calheirso Junior, em Maceió (Pen Fon/Secom Maceió)

O segundo domingo de maio é uma data tradicional para as famílias, e muitas vezes de polêmica nas escolas. A celebração do Dia das Mães gera uma série de debates questões institucionais e pedagógicas. Há gestores e educadores favoráveis à comemoração por engajar a comunidade, enquanto outros consideram que esse evento pode atrapalhar o andamento do conteúdo das aulas e isolar crianças que não tenham sua mãe biológica por perto.

Por isso, resolvemos ver com vocês, leitores, o que acham dessa questão. A partir de quatro posts nas páginas de NOVA ESCOLA e GESTÃO ESCOLAR e um post no grupo “Leitores de NOVA ESCOLA”, todos do Facebook, destacamos contribuições de nossos seguidores e seguidoras para aprofundar o debate para além do nosso acervo - que já apresenta reportagens e artigos sobre o tema.

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De modo geral, as discussões ficaram em dois polos: a manutenção da comemoração do Dia das Mães e a substituição da data pelo “Dia da Família”, que também substituiria o Dia dos Pais. Raros apoiam a abolição da celebração por completo na escola. Em comum, todos propunham argumentos para evitar ou contornar constrangimentos de crianças e jovens que não têm uma figura materna em casa.

Até a data desta publicação, analisamos 70 comentários. Se fosse uma disputa, o placar seria apertado: 36 a favor do Dia das Mães e 34 a favor do Dia da Família. Mas como buscamos um processo de reflexão, vamos às ideias.

Muitos comentários remetem à própria experiência pessoal dos leitores. Thiago Melo diz que o Dia da Família “acabará com muito sofrimento desnecessário”. Relembrando experiências pessoais quando criança na escola, ele opina que “se fosse algo em que eu pudesse homenagear meu pai e meus irmãos, provavelmente teria participado de forma mais verdadeira”.

Shirley Sargentelli, com o mesmo argumento, conta suas “péssimas lembranças” no Dia das Mães, contando que perdeu a sua cedo e negava-se a participar das atividades de preparação da festa (o que acabava lhe rendendo advertências da direção da escola). Relatando uma situação de trabalho, Carla Brito conta que um aluno “chorou de soluçar” porque sua mãe foi a única a não comparecer a um café de Dia das Mães. Desde então, a data não é mais comemorada na escola - os responsáveis recebem uma lembrança.

Elizete Maia diz que as atividades comemorativas “tomam muito tempo” e não concorda com forçar as crianças a participar. Já Silvana Sil se preocupa com as reações negativas de pais e alunos, porém mais com crianças do que com adolescentes, pois os mais velhos “já sabem lidar com o problema”.  

Salvini Gs afirma que “sobreviveu” aos tempos em que tinha de presenciar os “Dias dos Pais” na escola sem o seu pai. “Tudo evolui, a sociedade também. Hoje, temos famílias com dois pais, com duas mães. Tudo certo em ter o Dia da Família, mas não podemos parar de comemorar o Dia dos Pais e o das Mães, porque eles existem. Se são separados, ausentes, falecidos, alienígenas, não importa, vamos auxiliar o aluno, conversar. Eles entendem.”

Luciana Steffens, também defensora do Dia das Mães, recebeu muitas curtidas por afirmar que as crianças “precisam lidar com as emoções” em momentos que também vão acontecer fora da escola. Na mesma linha, está Karolina Soares, que considera que “a mãe não é apenas uma invenção cultural, é biológica e social”. Comemorar a data seria uma oportunidade de “inclusão, identidade e reflexão”. Clara Medeiros diz que pode-se aproveitar e trabalhar temas como morte e adoção.

O dia também seria apenas uma jogada de marketing de marcas para incentivar o consumismo, como dizem Sebastiana Nunes da Costa e Paty Vechia.

Outros apontam um meio termo: deve-se manter as comemorações do Dia das Mães na escola, mas com atividades especiais para amenizar atritos. “Cabe ao professor explicar a situação para a criança”, afirma Jussara Leite. Antes da data, Aerta Mendes costuma “fazer uma investigação na turma para ver quem mora com a mãe” e assim saber os limites das comemorações. Mks Ferreira falou com seus alunos nesta semana sobre a “verdadeira importância” do dia, valorizando os responsáveis que os jovens “tinham como mãe”.

Abadias Pereira conta das atividades na semana do Dia das Mães de sua escola, em especial da organização de um café poético “em respeito à diversidade” dos diferentes formatos de família. Evelyn M S Lima também relata que em duas escolas onde trabalha há a Festa da Família pelo mesmo motivo. Na escola de Rosana Mohacsi existe a campanha “Quem Cuida de Mim” para esta conscientização.

Nas escolas em que atua Claudete Medeiros, haverá um almoço no próximo sábado. Embora ela admita que a data ficou “muito comercial”, afirma que o “Dia das Mães são todos os dias”. “Já conversamos sobre o Dia da Família aqui, mas não conseguimos sair disso”, conta.

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