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Escrever sobre o meu dia a dia como coordenadora melhorou o meu trabalho

POR:
Eduarda Diniz Mayrink
Foto: Manuela Novaes

Depois de três anos relatando minha prática aqui no blog e refletindo intensamente sobre a função do coordenador na escola, hoje me despeço de vocês, leitores. Este ano assumi novos desafios profissionais e preciso me dedicar intensamente à nova etapa de trabalho. Para finalizar minha passagem por este espaço, não poderia deixar de contar o quanto a experiência de escrever e compartilhar minhas ações foi importante na minha vida profissional.

Aceitar este desafio de falar sobre a prática da coordenação me deu muito medo inicialmente, mas, aos poucos, fui sentindo tranquilidade. A escrita contribuiu com o meu trabalho de coordenadora e colaborou para a melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem dos docentes que coordeno. Procurei registrar minha prática real, o meu conhecimento e o que aconteceu dentro dos muros da escola. Minha experiência foi o foco central dos registros ao longo desse tempo.

Coloquei neste "papel digital" reflexões sobre ações pedagógicas, necessidades de aprendizagem dos alunos e dos professores, construção de planos de formação, articulação entre a prática e a teoria, observação das ações dos docentes e das atividades em sala. Escrevi também sobre estratégias, análises dos materiais e da escuta dos professores, organização de reunião de pais e de gestores, parcerias realizadas com a equipe e outros coordenadores e ainda sobre as dificuldades que encontrava no meio do caminho. Enfim, temas pertinentes à minha função de formadora dentro da escola.

Minhas reflexões através do blog tornaram-se memórias do meu trabalho. Vou sempre revisitar meus textos para compartilhar com alguém, para relembrar uma experiência, para retomar um projeto e dar continuidade a outros.

Nesse período, procurei investir muito nos meus registros, buscando várias estratégias. Me empenhei bastante, pois sabia que por trás da minha reflexão havia professores e coordenadores que buscavam ampliar e também aprimorar a sua prática se espelhando na minha experiência. Aprendi que a reflexão é condição maior para a qualificação das práticas educativas, pois só ela permite buscar uma maior coesão entre as intenções e ações docentes, nos subsidia na análise dos processos de aprendizagem e nos instrumentaliza no replanejamento das ações educativas.

Depois desse tempo no blog, o que digo para vocês, coordenadores pedagógicos e professores formadores é que nós precisamos escrever, sim! Escrevam com o propósito de documentar seu trabalho, para organizar ideias e avaliar todas as ações e o planejamento, para dar uma devolutiva para o professor, para compartilhar com outros coordenadores sua experiência. Precisamos documentar o que vivemos e refletir sobre isso. Temos que ser modelos para os professores e ensinarmos a escrever. Afinal, somos profissionais da escrita!

Certamente, o registro escrito não é uma tarefa simples: reveste-se de uma certa complexidade e de algumas dificuldades. Além de pensar no que escrever, muitas vezes é difícil encontrar a forma adequada de fazê-lo. Mas tente e utilize estratégias como: observar para registrar, registrar para refletir, refletir para planejar ou replanejar ou avaliar... o mais importante é começar.

Aproveito a ocasião para me despedir dos leitores do blog e da equipe do site que foram meus parceiros de trabalho durante todo esse tempo. Deixo este espaço como blogueira e continuarei como leitora. Agradeço a parceria de todos que me auxiliaram nesse período.

Gostaria de finalizar com uma frase da educadora Telma Weisz, que resume todo o processo que vivenciei ao refletir e escrever sobre minha prática:

“O ato de refletir por escrito possibilita a criação de um espaço para que a reflexão sobre a prática ultrapasse a simples constatação. Escrever sobre alguma coisa faz com que se construa uma experiência de reflexão organizada, produzindo, para nós mesmos, um conhecimento mais aprofundado sobre a prática, sobre as nossas crenças, sobre o que sabemos e o que não sabemos.”

É isso. Escrevam!

Um abraço e um até breve...  

Eduarda Mayrink