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Portfólio: coordenador também pode ter o seu

Importante instrumento de reflexão e autoavaliação, documento ajuda a aprimorar o trabalho do gestor

POR:
Daniel Santos
Quando bem estruturado, portfólio contribui para melhorar a prática pedagógica e elaborar os planos de ações. Imagem: Londoneye

Assim como ocorre com o docente, o coordenador também pode lançar mão de um portfólio pedagógico com o objetivo de aprimorar seu trabalho no dia a dia escolar. O documento, bem como o processo de registro das atividades realizadas na instituição, não deve ser visto como algo burocrático. Ao contrário, a ferramenta pode servir como um importante instrumento de autoavaliação.

Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira, professora do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), explica que, ao formatar o portfólio ao longo de sua gestão, o coordenador organiza uma coleção de informações que permitem identificar seus diferentes momentos de atuação. “Ele registra sua visão como profissional, as aprendizagens e as reflexões na função. Ou seja, a ferramenta pode ser um importante aliado no seu desenvolvimento enquanto gestor escolar”, diz.

Em se tratando de educação, toda avaliação e reflexão sobre o andamento do cotidiano escolar é fundamental para melhorar a prática pedagógica e estruturar os planos de ações. Esse é um instrumento importante. “É nele que se documenta o percurso vivido por cada um dos envolvidos ao longo do ano letivo. Por ele, é possível perceber o desenvolvimento como um todo, desde o processo de aprendizagem até a evolução do trabalho na unidade escolar e com a comunidade”, argumenta Karine Rezende, orientadora pedagógica da EMEIPI Prof.ª Márcia Aparecida Faria, em Caçapava (SP).

O que deve ser registrado

Uma vez que o portfólio pode ser uma ferramenta de reflexão e autoavaliação, ele deve focar no registro de atividades e informações que auxiliem nessas ações. Por exemplo: dados sobre planejamento pedagógico, propostas de ensino, dinâmicas realizadas com os professores ­–­ com comentários sobre resultados e dificuldades encontrados–, reuniões, dados sobre a escola, além das reflexões do próprio coordenador. Karine sugere outras informações a considerar:

- Encontros semanais do Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo com os professores (HTPC);

- Encontros quinzenais do Horário de Trabalho Coletivo com os funcionários (HTCF),

- Reuniões Pedagógicas e de Formação - na escola e fora dela;

- Andamento da Formação Continuada;

- Conselho de classe;

- Observações de aula - na sala e na área externa;

- Tematização da prática pedagógica;

- Elaboração, discussão e ações do Projeto Político Pedagógico (PPP);

- Planos de ação para os momentos de integração;

- Avaliações permanentes das ações planejadas pela equipe gestora (orientação pedagógica e direção), professores e demais funcionários.

“Na unidade escolar onde atuo considero que tudo o que vivenciamos no dia a dia é importante e vale considerar registrar no portfólio. Todas as atividades realizadas e as interações entre docentes, gestores e alunos contribuem para o desenvolvimento, a aprendizagem e a evolução também do coordenador”, explica Karine.

O coordenador deve se habituar a registrar, inclusive, suas reflexões. Os comentários acerca do início de uma formação ou de um plano de ensino podem servir, futuramente, para a correção de falhas. Quando se analisa o que foi planejado e vivenciado, é possível perceber quais foram os avanços obtidos e, até mesmo, qual o momento ideal para intervenção durante a execução de um plano de ação que, porventura, caminha em desalinho com aquilo que foi pensado inicialmente.

Com quem compartilhar o documento

A formatação do material não deve ser encarada como atividade burocrática no cotidiano pedagógico, mas como a construção de uma ferramenta que dá suporte e embasamento para o aprimoramento do seu trabalho. “A análise desses registros dará visibilidade às aprendizagens do coordenador, aos avanços realizados em sua trajetória, ao amadurecimento da sua tomada de decisão e ao desenvolvimento das competências necessárias para o exercício de sua função”, explica Alboni.

Os registros pedagógicos podem ser acompanhados também pela direção escolar. Durante os encontros de HTPC ou HTCF os gestores podem lançar mão dessa avaliação para discutir as melhores práticas e propor ações mais efetivas. A análise desses registros, por parte do gestor, visa à ampliação do olhar e da atuação não só do coordenador, mas também de toda equipe. É esse trabalho em conjunto que pode gerar reflexos positivos no desenvolvimento dos alunos.