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Leia dicas e respostas da especialista em Psicologia da Educação, Catarina Iavelberg, sobre a vida escolar dos alunos e sobre a relação entre a instituição e a família

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Catarina Iavelberg
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Educação financeira desde cedo

Com formação adequada, os jovens podem entender como se controla o orçamento doméstico

POR:
Catarina Iavelberg
Catarina Iavelberg. Foto: Tamires Kopp Nosso Aluno

Catarina Iavelberg é assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação

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A falta de controle de gastos afeta muitas famílias e é um mal que pode ser evitado com conhecimento. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), indivíduos com mais acesso à informação buscam melhores condições de financiamento e planejam mais como aplicar o dinheiro. A escola pode, portanto, contribuir na promoção de boas práticas contábeis, uma vez que é um espaço de formação para a cidadania. Afinal, nossos pequenos cidadãos serão futuros consumidores e precisam estar preparados para esse momento. Por isso, o consumo aparece como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

É fundamental que esse assunto seja trabalhado ao longo da escolaridade básica de forma contextualizada, de modo a ajudar o aluno a conhecer e a intervir na realidade social. Evidentemente, há diversas maneiras de discutir o consumo em sala de aula. Existem projetos pedagógicos que o analisam por perspectivas como a influência da publicidade em nossas vidas, a cultura imposta pela economia capitalista, as relações com o mercado de trabalho e com o meio ambiente etc. Embora essas práticas sejam fundamentais e tenham o mérito de articular o tema transversalmente, muitas vezes elas não têm a preocupação de preparar a criança e o adolescente para o gerenciamento financeiro pessoal.

Contudo, ações formativas que lidam com aspectos financeiros cotidianos podem alterar a organização do orçamento doméstico dos estudantes e de suas famílias. É possível ampliar a consciência sobre isso de diversas maneiras. Um caminho é, por exemplo, realizar, com o auxílio do professor de Matemática, uma pesquisa com os alunos e suas famílias para identificar o perfil deles como consumidores. Os dados são fundamentais para planejar as aulas sobre o assunto. Se o levantamento indicar que muitas famílias estão endividadas, pode-se estudar o mecanismo de juros e investigar como utilizar crédito de modo consciente. Se revelar que boa parte do orçamento é destinada ao pagamento de faturas - como contas de água, luz e celular -, há a opção de procurar meios para aumentar o controle desses gastos. Existem muitos sites de economia doméstica que fornecem dicas interessantes. Outra possibilidade é elaborar uma cartilha sobre orçamento doméstico e distribuí-la para os familiares.

Há, atualmente, organizações não governamentais (ONG) que têm como missão a promoção da Educação financeira em escolas públicas e privadas. A associação Junior Achievement é uma delas. Um de seus programas busca propiciar formação em economia pessoal para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental.

Enfim, há muitas opções para a escola contribuir com a Educação financeira dos estudantes. Devemos levar em conta que, hoje em dia, crianças e adolescentes têm um forte poder de persuasão perante os pais. Se todos receberem uma formação adequada e se engajarem nessa causa, há esperança de que também favoreçam mudanças relevantes no comportamento financeiro dos adultos.