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O ensino de Matemática como prática social na Educação Infantil

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Crianças brincam de jogo de percurso na EMEI Maria Alice Pasquarelli (Foto: Gabriela Portilho)

Os jogos de percursos são situações em que contar, um dos principais objetivos de aprendizagem na Educação Infantil, se apresenta como uma ação com sentido para as crianças (Foto: Gabriela Portilho)

Quando chegam à escola, as crianças já vivenciaram muitas situações em que números são utilizados pelos adultos em brincadeiras, em músicas, para marcar o tempo ou contar objetos. Ainda novinhos, eles escutam a idade que têm e são incentivados a mostrá-la com os dedos das mãos. Também levam bronca dos pais para arrumar o quarto: “Vou contar até dez para você juntar todos os brinquedos. Um, dois, três…”.

Todos esses momentos fazem parte de uma prática social real. Isso significa que utilizamos os números no nosso dia a dia dessas formas, atribuindo sentido a esses usos e nos comunicando por meio deles.

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E os pequenos também empregam os numerais quando falam, imitando os adultos. “Prô, eu sou muito pesada, já tenho 10 metros”, me disse Mariana, de 4 anos, ao subir numa balança. É claro que ela misturou as medidas, mas é porque ainda está construindo uma compreensão de tudo. Nesse ponto, cabe à escola observar o que e como as crianças utilizam os números e, com base nisso, pensar em propostas em que elas sistematizem o que sabem e aprendam ainda mais sobre o sistema de numeração.

Atividades de Matemática com sentido

Contar e recitar a série numérica são os principais objetivos de aprendizagem em todas as turmas da Educação Infantil. O que vai variar em cada faixa etária é o desafio, que deve ser ajustado de acordo com os saberes já construídos pelos pequenos.

Quando você estiver conversando com os professores sobre o ensino de Matemática nessa etapa, é sempre bom lembrar que atividades com números precisam fazer sentido para as crianças. Assim, elas tomarão para si a tarefa e a realizarão porque é divertido, por exemplo, brincar de marcar o tempo recitando os números e contar os brinquedos ou os colegas da sala.

São inúmeras as propostas possíveis quando se trata de recitar os números. Listei algumas possibilidades, que você pode compartilhar com sua equipe:

  • Brincar de esconde-esconde. Nessa brincadeira, a pessoa que vai procurar pelos colegas conta até determinado número para dar tempo de todos se esconderem.
  • Marcar o tempo num jogo em que duas equipes vão competir quem acerta mais bolas no cesto. Ao fim, os pequenos podem contar quem fez mais pontos.
  • Combinar quantos segundos cada criança pode brincar no balanço ou em outro brinquedo no parque. Os colegas recitam os números até chegar ao tempo acertado. Quando isso acontecer, o pequeno dá lugar a outro da turma.

Se a turma se perder no recitado e pedir ajuda, o professor pode ajudá-la a retomar a contagem, falando alguns números e devolvendo a palavra de volta para os pequenos. Mas, caso eles recitem os números fora de ordem e o engano não for uma questão para eles, não é legal interromper. Aquilo é o que o grupo sabe no momento e, gradativamente, aprenderá mais.

Quando se trata de contar, focamos, primeiramente, nas situações cotidianas da sala de aula:

  • Contar quantas crianças vieram naquele dia para avisar a merendeira da escola ou para separar o material necessário para determinada atividade.
  • Contar as peças de um jogo para conferir se há a quantidade que está escrita no pote.
  • Propor jogos de preenchimento, de percurso ou que utilizem cartas com quantidades e números são excelentes situações lúdicas, nas quais faz sentido contar. Nelas, ainda existe a vantagem de a criança repetir inúmeras vezes os procedimentos, aperfeiçoando sua contagem.

Progressivamente, as crianças podem melhorar suas estratégias de contagem e compartilhar com os colegas como asseguraram que todos os objetos foram contados e como não se perderam na contagem.

E na escola em que você trabalha, as crianças têm oportunidade de recitar os números e de contar em situações que façam sentido para elas?

Um abraço, Leninha