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Diversificar as estratégias formativas ajuda a engajar os professores

Olhando para as estratégias formativas, é preciso abrir espaço para o trabalho coletivo

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Professoras da EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José do Campos (SP), participam de reunião de formação.

Um dos princípios que precisa ser assegurado na escolha das estratégias formativas é o trabalho coletivo (Foto: Gabriela Portilho)

Selecionar de que maneira será abordado o conteúdo que se quer discutir, introduzir, repensar ou aperfeiçoar faz toda a diferença para alcançar os objetivos definidos no projeto de formação (leia mais aqui), pois garante a receptividade e o engajamento dos professores.

Acredito que um dos mais importantes princípios que precisa ser assegurado na escolha das estratégias formativas é o trabalho coletivo, o pensar junto, a dialética do grupo de professores. Quando temos um debate e precisamos argumentar com coerência e respaldo teórico, mais nos aprofundamos no objeto de conhecimento.

Com base nesse princípio, listo as principais estratégias que adoto quando planejo uma formação na escola.

Analisar informações ou afirmações. Uma ótima maneira de iniciar uma formação é, logo de cara, pedir para os professores, em duplas, lerem uma lista de afirmações ou informações vinculadas ao conteúdo escolhido e dizerem se as consideram verdadeiras ou falsas, argumentando a escolha. Costumo escolher cuidadosamente de seis a dez itens, elaborando-os de tal forma que as respostas não sejam tão óbvias (clique aqui para ver um exemplo). A ideia é gerar reflexão e até certa polêmica. Assim, o grupo se mobilizará na hora de discutir.

Estudo de caso. Elaborar uma história que explicite determinado encaminhamento pedagógico ou apresentar uma situação-problema que necessite de uma intervenção como se estivéssemos na sala de aula também é uma boa estratégia. Nesses casos, cada professor lê a história, anota qual seria a ação dele e, na sequência, discute com um parceiro definido pelo coordenador. Depois, cada dupla apresenta a reflexão para debater com o grupo. A intenção é abrir uma grande roda de conversa cujo tema é a discussão pedagógica do caso apresentado.

Durante todas essas etapas, o papel do coordenador é ativo. Quando os professores estão em dupla, por exemplo, ele deve fazer intervenções pontuais para contribuir com a reflexão. Na hora em que a discussão é aberta, é ele quem deve conduzi-la, dando voz aos profissionais, validando os argumentos, fazendo perguntas que retomem o foco. Por fim, também cabe ao coordenador elencar, com o auxílio de todos, quais são os principais pontos que merecem destaque.

Leitura de referência. Depois de começar a refletir sobre o conteúdo em questão, é hora de buscar referências teóricas, ler pesquisas e artigos especializados. Sempre que possível entrego o material selecionado antecipadamente para cada professor. Dessa forma, ele terá a oportunidade de ler antes da discussão coletiva. Se não for possível antecipar a leitura, ela deve acontecer individualmente no próprio horário de formação, com a consigna de marcar os pontos que mais chamaram a atenção. Na sequência, comentamos o texto conforme as anotações que cada um efetuou. Nada como ouvir o comentário do colega e o contraponto do outro para potencializar a compreensão!

Análise de produção das crianças. Podemos utilizar produções impressas (desenhos, pinturas e escritas) ou gravações em áudio ou vídeo para explicitar o conteúdo abordado. A produção escolhida para análise deve ser sempre a melhor possível, pois são os bons modelos que nos ajudam a enxergar as possibilidades de intervenção pedagógica mais adequada. Nunca utilizamos um exemplo de situação que não foi boa para mostrar o que não fazer, porque isso não ajuda o professor a construir referências para aprimorar o trabalho dele.

Essas são algumas estratégias que, certamente, você já utilizou com os professores. Que tal compartilhar conosco outras que você também acha interessantes?

Um abraço, Leninha