A partir do momento em que o professor percebe que o aluno apresenta dificuldades de aprendizagem, o problema passa a ser também do coordenador.
Embora a gestão de sala de aula seja do professor, é função do coordenador conhecer a realidade e oferecer suporte ao professor para “socorrer” o aluno. Afinal de contas, trata-se de um aspecto pedagógico e o docente precisa saber que pode contar com o apoio da coordenação.
Detectar e falar de dificuldades de aprendizagem não é tão simples, pois há que se pensar: Qual é a dificuldade? É do campo pedagógico ou é de outra natureza? Sobre campo pedagógico, quero dizer que este está ao alcance do professor, pois é de seu domínio todo o processo de “ensinagem” para que ocorra a aprendizagem. Às vezes, a dificuldade é bastante acentuada por problemas que o pedagogo, em sala de aula, não dá contar de resolver.
Tenho certeza que não é somente na minha escola que há crianças com dificuldades de aprendizagem, mas vou contar como procedemos para ajudá-las. Existem algumas ações que desenvolvemos quando um aluno não corresponde às expectativas de aprendizagem para o Ano em que está estudando.
1- Intervenções Pontuais: Quando a classe está fazendo uma atividade em que todos têm autonomia para desenvolvê-la sem a ajuda do professor, este faz uma intervenção com o aluno que está com dificuldades de aprendizagem. Oriento os professores para que registrem o trabalho que desenvolvem, nesses momentos, com a criança. Chamamos de “Caderno de Intervenção Pontual” e, nele, são registrados: data, conteúdo, atividade desenvolvida e breve reflexão escrita do que percebe quando o aluno está fazendo a atividade.
2- Professor Auxiliar: As salas de aula que contemplam os requisitos necessários, contam com um professor que trabalha com os alunos que apresentam dificuldades. É uma política da Secretaria de Estado de Educação. Consiste em os professores regente e auxiliar trabalharem em conjunto para recuperar os alunos que se encontram abaixo das expectativas de aprendizagem esperadas. Oriento o professor auxiliar para que registre todas as suas ações em sala de aula. A cada dois meses, analisamos os resultados e redirecionamos esta ação.
3- Chamar o responsável para conversar: Quando converso com os professores, individualmente, para discutirmos a aprendizagem dos alunos, às vezes, concluímos que é necessário chamar o responsável da criança para uma conversa. Esse ano, essa ação ajudou muito a mim e aos professores, pois foi possível conhecer melhor a realidade das crianças. Por exemplo, às vezes, as crianças não têm um adulto para orientá-las nas tarefas de casa ou para motivá-las a ler o livro que a professora enviou. Problemas familiares também refletem na aprendizagem das crianças.
4- Sala de Apoio Pedagógico Especializado: Minha escola conta com duas salas que oferecem apoio pedagógico, uma em cada período. Alguns alunos são encaminhados para serem avaliados pelas professoras especialistas. Consiste em o professor da criança, responder a um questionário e a professora especialista fazer uma entrevista com o aluno e com o seu responsável. Então, se diagnosticada a necessidade, o aluno passa a frequentar essa sala em período contrário, permanecendo nela até os professores concluírem que não há mais necessidade.
5- Monitoria ou agrupamento: Oriento os professores para que trabalhem com monitores. Assim, o aluno que tem facilidade senta-se com o que tem dificuldade, para ajudar o colega. É preciso ter bom senso, pois não dá para realizar esse agrupamento em todo o período de aula, mas sim, em atividades específicas.
Sempre converso com os professores sobre a clareza que devemos ter de não “abandonar” os alunos com dificuldades de aprendizagem e que precisamos saber “dar o remédio que cada um precisa”.
E na sua escola, como vocês lidam com as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem?